A tinta mais branca já desenvolvida até agora reflete 98.1% da luz, podendo ser uma boa aliada no combate às alterações climáticas.
No ano passado, uma equipa de cientistas desenvolveu uma tinta ultra-branca que atingiu uma taxa de reflexão recorde de 95,5%. Agora, conta o site Science Alert, uma nova fórmula fez com que este valor subisse para 98.1%.
Se fosse usada para revestir edifícios, dizem os seus inventores, esta tinta poderia ajudar na luta contra o aquecimento global, reduzindo a nossa dependência por coisas como o ar-condicionado.
“Se usássemos esta tinta para cobrir um telhado com cerca de 92,9 metros quadrados, estimamos que seria possível obter uma potência de arrefecimento de 10 quilowatts. Isto é mais poderoso do que os ares-condicionados usados na maioria das casas”, disse o engenheiro mecânico Xiulin Ruan, da Universidade de Purdue, nos Estados Unidos.
A tinta anterior era feita de partículas de carbonato de cálcio – o composto químico encontrado no giz, no calcário e no mármore –, suspensas numa tinta acrílica. Para a nova fórmula, os investigadores focaram a sua atenção no sulfato de bário, composto químico que é muito usado como pigmento em tintas brancas.
Segundo o mesmo site, o truque está no tamanho e na concentração das partículas. Uma variedade de tamanhos da partícula de sulfato de bário permite que a tinta espalhe a quantidade máxima de luz e, claro, quanto mais sulfato de bário houver, mais luz pode refletir.
Existe, no entanto, um ponto em que muito sulfato de bário pode comprometer a integridade da tinta, tornando-a quebradiça e escamosa quando seca. O ponto ideal, descobriram os cientistas, é uma concentração de cerca de 60% de sulfato de bário no médio acrílico.
Durante os testes, a equipa descobriu que a superfície pintada consistentemente conseguiu ficar mais fria do que a temperatura ambiente em pelo menos 4,5 graus Celsius, alcançando uma potência média de arrefecimento de 117 watts por metro quadrado.
Para efeito de comparação, a tinta anterior só conseguiu estar a uma temperatura 1,7°C abaixo da dos objetos à sua volta e atingiu uma potência de arrefecimento de 37 watts por metro quadrado.
O novo estudo foi publicado, a 15 de abril, na revista científica ACS Applied Materials & Interfaces.