O deputado do PSD Duarte Pacheco usou esta segunda-feira uma gravação com declarações do ex-presidente do Banco Espírito Santo (BES), Ricardo Salgado, para questionar a necessidade de ouvir novamente Carlos Moedas, Pedro Passos Coelho e Durão Barroso sobre a resolução da entidade bancária.
Segundo avançou o Observador, os três foram ouvidos na comissão parlamentar de inquérito em 2014. O pedido destas audições veio do PS, após a audição a José Honório, que acompanhou Ricardo Salgado em 2014 junto do Governo e do presidente da Comissão Europeia para alertar para a situação do Grupo Espírito Santo e pedir apoio público.
Passos, Durão Barroso e Moedas – à data era secretário de Estado Adjunto – foram ouvidos por escrito. Para Duarte Pacheco, não há dados novos que justifiquem inquirir este último, defendendo que o que é importante é avaliar o que foi feito por este Governo com o Novo Banco e uma “venda ruinosa”.
“Tudo serve para desviar os assuntos”, afirmou, acrescentando que a única novidade é o facto de Moedas ser o candidato do PSD à Câmara de Lisboa. Este, por sua vez, já se mostrou disponível para ir presencialmente à comissão de inquérito ao Novo Banco e a audição será a agendada, apesar das reservas do PSD.
Alguns deputados classificam de repetição da comissão de inquérito, como Cecília Meireles (CDS) e Mariana Mortágua (Bloco de Esquerda). O presidente da comissão, Fernando Negrão, reconheceu que também sentiu “um tédio” em segundas audições, mas que o número de pessoas a ouvir já foi muito reduzido. Já João Cotrim Figueiredo (Iniciativa Liberal) disse que está a achar “fascinante”.