O ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, disse esta quarta-feira que o plano de vacinação contra a covid-19 “é para ser cumprido” e que os professores do ensino superior “não devem passar outras prioridades”.
Questionado sobre as reivindicações feitas nos últimos dias para que professores e funcionários do ensino superior sejam incluídos na vacinação contra a covid-19, à semelhança dos outros níveis de ensino, Manuel Heitor disse aos jornalistas não conseguir “apoiar qualquer iniciativa de âmbito corporativo nessa área”.
Na sua opinião, os docentes deste grau de ensino “não devem passar outras prioridades” e defendeu que o “plano de vacinação deve ser cumprido nos termos em que foi feito”.
“O ensino superior é particularmente específico, o número de horas de contacto é particularmente reduzido e há muitas outras profissões que são tão aptas a ser vacinadas como o ensino superior. Devemos seguir o plano como está, com firmeza e segurança e garantir que atingimos rapidamente a imunidade de toda a população, e apelo aos docentes do ensino superior que sejam solidários com toda a população”, frisou.
Os profissionais do ensino, do pré-escolar e 1.º ciclo, vão começar a ser vacinados no próximo fim-de-semana, e a vacina contra a covid-19 vai chegar aos outros níveis de ensino à medida que forem desconfinando.
Manuel Heitor, que falava à margem da cerimónia do 35.º aniversário da Universidade e Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), em Vila Real, reafirmou que o ensino presencial nas universidades e politécnicos vai “começar no dia 19 de Abril, se a condição pandémica assim o permitir”.
Perante estas declarações, o PSD questionou o Governo sobre a exclusão de professores, investigadores e restantes funcionários dos grupos prioritários para a vacinação contra a covid-19, ao contrário de outros profissionais do setor da educação.
Numa pergunta dirigida ao ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, os sociais-democratas apontam que “os professores do ensino superior têm uma média etária bastante elevada: 15% têm mais de 60 anos e 63% têm entre 40 e 60 anos”.
O PSD salienta ainda que o plano atual, que prevê “vacinar cerca de 280 mil professores e funcionários das creches ao ensino secundário”, deixa “de fora quem trabalha nas universidades e institutos politécnicos”, o que tem levado a críticas por parte dos sindicatos. .
“Ora se o senhor ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, na comunicação que dirigiu às instituições de ensino superior, no passado dia 19 de março, defendeu a importância de valorizar o ensino presencial e sublinhou que no ensino superior há aulas práticas, há turmas de grandes dimensões e há manipulação de instrumentos nas aulas de laboratório, há que criar as melhores condições para que possa ser retomado o ensino presencial a partir de 19 de abril”, sustentam os deputados.
// Lusa