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“Vai ficar muito pior em pouco tempo”. Trump critica crise na fronteira e aponta dedo a Biden

Michael Reynolds / EPA

O antigo Presidente dos Estados Unidos (EUA), o republicano Donald Trump, criticou, na terça-feira, o que considerou ser uma crise na fronteira com o México como consequência da administração do democrata Joe Biden.

“É uma crise como poucas que tivemos e certamente nunca tivemos uma assim na fronteira, mas vai piorar. Quero dizer, o que se vê agora são números recorde muitos maus, mas vai ficar muito, muito pior em pouco tempo, verão estes números aumentar para um nível nunca antes visto”, indicou à Fox News, citada pela agência Lusa.

Trump criticava a postura da administração Biden, que contrasta com a política de imigração adotada pelo executivo que liderou até janeiro de 2020, considerando que as políticas que implementou estavam a funcionar “melhor do que nunca” e garantiu que o projeto bandeira do seu Governo, um muro em toda a extensão da fronteira entre os dois países, estava “quase completo”.

“Podiam tê-lo terminado em um mês e seria simplesmente magnífico, é magnífico o que faz em áreas onde está totalmente terminado, mas apenas restam pequenas secções e deveria terminá-lo, mas destruíram o nosso país, as pessoas estão a entrar às centenas de milhares”, completou.

O líder do Partido Republicano disse que tinha “um grande respeito” pelo Presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, que descreveu como sendo “um grande cavalheiro”.

Apesar de ter abanando a Casa Branca há quase dois meses, Trump mantém as críticas acérrimas ao sucessor, que no primeiro dia ‘rasgou’ uma grande parte das decisões da administração que governou o país durante os últimos quatro anos.

Enquanto isso, o fluxo de migrantes que chega aos EUA começa a ameaçar a estabilidade da administração Biden. São cada vez mais os relatos de crianças separadas das famílias e que ficam retidas na fronteira.

A administração Biden disse que ia reverter as decisões consideradas desumanas, nomeadamente, a detenção de menores em instalações e onde até foram reportados casos de morte sob custódia das autoridades norte-americanas.

O aumento do número de crianças que entraram no país desde o início do ano, através da fronteira com o México, está a sobrecarregar a agência de imigração norte-americana, avançou o Público. Em fevereiro, chegaram 9400 – quase três vezes mais do que em fevereiro de 2020 -, sendo detidas ao todo mais de 100 mil pessoas por entrada ilegal.

Anualmente, habitantes das Honduras, Guatemala e Nicarágua atarvessam para os EUA, situação agravada pela crise financeira desencadeada pela pandemia e por desastres naturais, como os dois furacões que afetaram a região. Muitos traficantes aproveitam ainda a eleição de Biden para dizerem que as portas dos EUA estão abertas.

Este aumento no número de menores não acompanhados tem originado críticas à Casa Branca, tanto de republicanos como de democratas. Neste momento, os centros de detenção para adultos têm mais de 4000 menores com ordem de deportação. Depois de ficarem 10 dias nesses locais, são transferidos para os centros de acolhimento.

ZAP / Lusa //

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