A pandemia de covid-19 agravou a escassez de microchips semicondutores – fundamentais para a maioria dos equipamentos eletrónicos, como computadores e telemóveis -, com impacto significativo na indústria automóvel.
Segunda uma reportagem do Expresso, divulgada esta segunda-feira, os Estados Unidos (EUA) estão a ficar sem reservas destes microchips, feitos a partir de silício, com o Presidente Joe Biden a declarar que o país precisa “de cadeias de fornecimento resilientes, diversas e seguras para assegurar a nossa prosperidade económica e a segurança social”.
Em 1990, os EUA eram responsáveis por 37% do fabrico mundial de semicondutores, estando agora nos 12%. A escassez destes materiais levou a Ford, a General Motors e a Fiat Chrysler a encerrarem temporariamente a produção este ano.
De acordo com o Expresso, no início do século 21 havia 0,08 dispositivos eletrónicos por habitante no mundo; em 2020, eram 6,6 aparelhos por pessoa. Cerca de 80% da produção mundial de chips está na Ásia, havendo somente duas empresas a oferecer a tecnologia mais moderna possível – a Samsung, na Coreia do Sul, e a TSMC, em Taiwan.
Para Rodrigo Martins, investigador na área da engenharia de materiais na Universidade Nova de Lisboa e presidente da Academia Europeia da Ciência, a estagnação do sector deve-se à concentração em poucas empresas, passando a solução por menos competição nacional e uma aposta em acordos estratégicos a larga escala entre países asiáticos e EUA.
Na Alemanha, a Bosch anunciou a abertura de uma “fábrica de chips do futuro” antes do final de 2021, que será pioneira na fabricação totalmente automatizada de materiais semicondutores (waffers) de silício.
Rodrigo Martins adiantou igualmente que o silício vai continuar a dominar pelo menos durante os “próximos dez anos”, mas que terá que ser substituído por materiais eletrónicos assentes na nanotecnologia, que sejam “flexíveis, não poluentes e mais rápidos”, com base em grafeno, nanotubos de carbono ou transístores de papel.
E a Intel, ou a AMD?!