“Na nossa guerra houve exageros, mas de um e outro lado”, disse o antigo Presidente da República Ramalho Eanes em entrevista à TVI24.
Questionado por Miguel Sousa Tavares sobre o passado colonial português, Ramalho Eanes assumiu que houve exageros dos dois lados. “Qual foi a guerra que não teve danos colaterais nem crimes de guerra? Qual foi a guerra limpa?”, questionou o antigo Presidente da República.
“Na nossa guerra houve exageros, mas de um e outro lado. Cometemos muitos exageros, mas também o PAIGC [Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde] cometeu muitos exageros — exageros que eu próprio testemunhei”, defendeu em entrevista à TVI24, esta segunda-feira.
“Temos uma tendência perversa para simplificar de forma quase maniqueísta o que é extremamente complexo, como a Guerra Colonial”, argumentou, quando questionado pelos crimes de guerra cometidos por forças portuguesas.
“Devíamos refletir sobre as questões profundas e fundamentais, nomeadamente da guerra colonial, e devíamos fazê-lo com os países de língua oficial portuguesa”, sugeriu. Talvez não agora, em plena pandemia de covid-19, “mas numa situação de paz, porque não?”.
Pegando ainda na ideia de refletir sobre o passado colonial, propôs que se realize um colóquio. “Alguns destes ideólogos pseudo-esquerdistas teriam muito de aprender”, atirou.
Recentemente, em declarações ao semanário Nascer do Sol, Eanes defendeu que o património português deve ser respeitado.
“Sem império dificilmente teríamos mantido a independência em certas épocas. Seríamos uma Catalunha ‘menos’. O império fez com que conseguíssemos manter-nos soberanos nos momentos mais difíceis”, disse o antigo chefe de Estado, citado pelo jornal Público.
Perante a decisão de retirar os brasões florais das capitais de distrito, das ilhas e das ex-colónias portuguesas no jardim da Praça do Império, em Belém, Ramalho Eanes disse que a discussão se trata, na verdade, de um “desrespeito desta esquerda festiva em relação ao passado do país e que é uma atitude indesejável”.
Agora, à TVI24, justificou as suas palavras: “Entendi naquela altura que estávamos a sanear a nossa história. E a história não se pode sanear”.
Sem falar de Cavaco Silva, Ramalho Eanes confessou que Marcelo Rebelo de Sousa surpreendeu-o agradavelmente, notando que “os segundos mandatos são sempre diferentes dos primeiros”. Aproveitando a deixa, voltou a defender um mandato único de sete anos.
Em relação à gestão da pandemia de covid-19 pelo Governo, o antigo Presidente da República considera prioritário que o Executivo “atue com previsão, estratégia e gestão e ponha inteiramente de lado pequenas questões de natureza ideológica”.
E deixou uma ressalva: “Houve erros que poderiam ter sido evitados e experiências extremamente interessantes que não foram consideradas”.
Ramalho Eanes entende ainda que Portugal atravessa uma “poli-crise”, que é “social, económica, sanitária e também de valores”, realçando que “todos temos de nos empenhar para a ultrapassar”, inclusive os jovens.
Sempre lúcido e sensato!
Sem dúvida. Um verdadeiro patriota.
Sempre muito assertivo.
É comparar a postura do ex-presidente Eanes com a postura do ex-presidente Cavaco…
O que queres “dizer” com isso?
Quer dizer que Eanes não é ressabiado, não é vingativo, não condecorou PIDES assassinos, não criou novos-ricos parolos à custa dos subsídios da CEE, não enriqueceu nem arranjou tachos para amigos e família… Enfim, quer dizer que Eanes é um patriota e um homem íntegro!
Quer dizer que este “Eu!” é um obcecado vermelhóide.
A questão não é reconhecer que houve crimes de guerra praticados na guerra no Ultramar. O que é importante é reconhecer que esses crimes foram em muito menor número nessa guerra do que em qualquer outra guerra contemporânea. Durante os meus dois anos de comissão em Angola nunca me deparei com expressões de ódio, da parte de militares portugueses, relativamente ao nosso inimigo. E onde não há ódio há muito menos oportunidades de cometer excessos em combate. Combatíamos, e matávamos sempre que possível os nossos adversários mas, sem manifestações óbvias de ódio, era menos provável que dirigíssemos as nossas acções de combate contra as populações civis. Houve certamente excepções, mas tão poucas que estamos sempre a falar dos mesm os quatro ou cinco casos documentados.
Tudo certo, mas os exageros pderiam ter sido evitados, bastando que, para tal, Portugal reconhecesse o seu papel de força invasora e ocupante e negociasse desde cedo um calendário para a independência daqueles estados.
Segundo este pensamento, Portugal não é dos portugueses mas sim dos antigos vizigodos, mouros, arianos… Os portugueses são segundo esta lógica uma força invasora, ocupante de Portugal. Estranho pensamento!
Grande confusão para aí vai…
Exactamente, ainda por cima quando várias potências (principalmente EUA e URSS) patrocinavam os rebeldes pro-independência e numa altura em que outros países europeus já tinham perdido todas as suas colónias africanas!
Mas o Salazar tinha que proteger os interesses do seus amigos (os donos disto tudo) – nem que para isso tivesse que sacrificar o bem estar de milhões de portugueses e o desenvolvimento da metrópole, empenhando-se numa guerra que nunca poderia ganhar e que deu o resultado que deu!
Nos anos 70, antes do 25 de Abril, a taxa de crescimento da nossa economia andava perto dos 10% e o peso das despesas militares no orçamento e no PIB estava a diminuir. Portugal estava a ser capaz de manter a guerra e de crescer economicamente. Chega de insistir que a guerra no Ultramar nos estava a arruinar, porque não estava.
Isto é uma piada?
Estamos em 2021 e a propaganda do antigo regime ainda faz vítimas…
Mas qual “crescer economicamente” se a maioria da população vivia miserávelmente, com um nível de iliteracia brutal e o país não tinha quaisquer infraestruturas?
Não brinques…
10%?!
Muito bom… nem a China com milhões de “escravos” a produzir e exportar como nunca (e o com o mundo a seus pés) consegue tal proeza..
Em Portugal, nos anos 70, única coisa que crescia, além das contas dos amigos do regime (Espírito Santo, Mello, Champalimaud, etc) era o descontentamento da população…
As despesas militares estavam a diminuir?!
Deviam estar, deviam… tudo bem que os militares eram basicamente escravos, forçados a ir para África a troco de nada, mas armamento não caia do céu!…
Seria caso único no mundo, um país a derreter milhões numa guerra noutro continente, mantendo um regime ditaturial com a população na miséria e sem qualquer desenvolvimento industrial e, ainda assim crescer economicamente na ordem dos 2 dígitos – um autêntico milagre ao nível da burla de Fátima!!
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Chega de espalhar estorinhas do tempo da outra senhora porque a realidade estava bem à vista de todos!
Agora não precisamos de guerra do ultramar, temos a geringonça que nos está a pôr na cauda da Europa, a todos os níveis|
A geringonça deixará mais marcas do que qualquer guerra!
Hahahahhaha!
Muita pobreza sim, saudades não tenho nenhumas, mas reconheço o que o pais tinha uma taxa de crescimento economico invejável, endividamento zero, e ainda dinheirinho para distribuir em caso de revolução!!!
Outra vez arroz?!
Crescimento económico de quem?!
O país e a maioria dos portugueses não tinham NADA!…
Basta fechar o país, acabar com a saúde, com a educação, com a segurança social, etc, etc, que diminui logo a dívida e aumenta o tal “crescimento”!…
Não é possível argumentar com ignorantes estruturais. Consulte as estatísticas e, já agora, o estudo que o Prof. Silva Lopes fez sobre o tema. Depois poderemos falar, se tiver percebido o que leu…
Caro “Eu!”, parece que não teve aulas de História.
Claro, claro… pior só tentar argumentar com cegos/crentes alienados (ou apenas intelectualmente desonestos)!
Juntar meio século de ditadura com fome e opressão (além de uma guerra noutro continente) deu umas belas estatísticas!…
Nos anos 70, Portugal era, obviamente, a inveja do resto do mundo!
Ou não…
Vai lá comparar as estatísticas dos indicadores de desenvolvimento, da literacia/educação, da esperança média de vida, da mortalidade infantil, do PIB per capita, das infraestrururas/vias de comunicação, etc, etc e depois anda cá contar mais estorinhas como as que o regime contava…
Ainda vivem muitos ex militares das ex colónias que sofrem consequências desses exageros, principalmente na saúde física e mental, todos já com bastante idade. E o Estado Português, para qual lutaram, não lhes reconhece uma mísera pensão sequer!!!!!
Todos fossem como esse grande Homem/General.
Há exageros em qualquer guerra,até nas falsas democracias como é o nosso caso.Quanto ao Senhor Eanes é grande senhor sem dúvidas.
De referir também, que foi este Senhor que deu um enorme contributo para colocar o país no caminho da democracia, ao participar no 25 de Novembro.
Chiça, nem quero pensar no que teria sido se os ditadores comunistas tivessem tomado conta do poder, como era a sua intenção.
Uma Herdade da Torre Bela em ponto grande, provavelmente…
Se já assim estamos tão mal…
Foi o grande general Ramalho e Ennes que condecorou o grande salgueiro Maia , está tudo dito..viva Portugal viva os portugueses