Portugal foi um dos destinos turísticos mais procurados pelos britânicos nas últimas horas, depois de o primeiro-ministro ter anunciado o plano de desconfinamento pensado para Inglaterra.
As transportadoras aéreas easyJet e Jet2.com anunciaram, esta terça-feira, ter registado um aumento de 600% na procura de pacotes de férias em países como Espanha, Portugal e Grécia, apesar de Boris Johnson não ter avançado uma data para que deixe de ser proibido viajar para o estrangeiro sem justificação válida.
No plano publicado está escrito que a proibição de viagens ao estrangeiro e restrições na entrada no Reino Unido vão continuar, pelo menos, até 17 de maio, mas o líder do Governo espera receber um relatório, até 12 de abril, com medidas para permitir o reinício do tráfego aéreo.
Uma das vias que está a ser equacionada é um sistema internacionalmente reconhecido de passaportes de vacinas anti-covid-19, que o Reino Unido pretende fazer avançar durante a presidência do G7 este ano, embora o primeiro-ministro tenha reconhecido que a ideia ainda levanta questões éticas “complexas”.
“Existem questões profundas e complexas que precisamos explorar, questões éticas sobre qual é o papel do Governo em exigir que todas as pessoas tenham algo ou mesmo proibir as pessoas de fazerem tal coisa”, admitiu Boris esta terça-feira.
No plano, o Executivo britânico admite “tentar introduzir um sistema que permita a indivíduos vacinados viajarem internacionalmente com maior liberdade”, mas também refere que “qualquer sistema desse tipo levará tempo a ser implementado” e que vai depender dos estudos sobre a eficácia das vacinas e a imunização ser generalizada.
Além de ser proibido fazer férias ou viajar sem um motivo válido para o estrangeiro, 33 países, incluindo Portugal, estão sem voos diretos para o Reino Unido devido ao risco agravado de transmissão de novas variantes do coronavírus, especialmente aqueles detetadas no Brasil e na África do Sul.
Existem ainda uma série de outras restrições a viagens internacionais, incluindo três testes e quarentena obrigatória de dez dias, a qual tem de ser cumprida num hotel designado pelas autoridades e custeado pelas pessoas que cheguem dos 33 países dessa “lista vermelha”.
O plano de desconfinamento para Inglaterra tem quatro etapas com pelo menos cinco semanas de intervalo e sujeitas a vários fatores, começando com a reabertura das escolas a 8 de março e culminando no fim de quase todas as restrições a 21 de junho.
As lojas não essenciais têm abertura marcada para a etapa 2 deste desconfinamento, que não deverá começar antes do dia 12 de abril. Os restaurantes também deverão começar a abrir a meio do mês, mas só para refeições ao ar livre. Jardins zoológicos, museus, parques temáticos, cinemas drive-in, bibliotecas públicas e centros comunitários abrem na mesma data.
A terceira fase começa a 17 de maio – mas pode ser adiada para os primeiros meses de verão. Restaurantes voltam a poder servir no interior; cinemas, teatros, hotéis também poderão regressar à atividade normal; e os grandes eventos, como concertos de pé, podem voltar, desde que todos os participantes sejam testados.
A quarta e última fase, que não terá início antes do dia 12 de junho, vai proporcionar aos britânicos o levantamento da maioria das restrições sociais. Os casamentos não terão limitações e, nas semanas e meses anteriores a esta etapa, o Executivo fará avaliações sobre grandes eventos ao ar livre, como festivais de música.
O Reino Unido registou nas últimas 24 horas mais 548 mortes, totalizando 121.305 óbitos desde o início da pandemia, o balanço mais alto na Europa e o quinto a nível mundial, atrás apenas dos Estados Unidos, Índia, Brasil e México.
ZAP // Lusa