Há um ano, no dia 13 de maio, o Santuário de Fátima esteve vazio. Em 2021, e apesar de o país começar a desconfinar em abril, o cenário não será muito diferente.
Não é em 2021 que as celebrações do 13 de maio voltam a trazer as multidões de 100 mil a 200 mil peregrinos ao santuário de Fátima. De acordo com o Expresso, este não é, pelo menos, o cenário esperado pelos hoteleiros da região, que estão a sofrer a maior crise de sempre devido à pandemia de covid-19.
No dia 16 de fevereiro, Luís Albuquerque, presidente da Câmara Municipal de Ourém, apresentou um pacote de apoios para o setor empresarial da região. Segundo o MedioTejo, o autarca anunciou a criação de um programa de vouchers para cidadãos nacionais poderem passar, gratuitamente, noites em Fátima.
A autarquia oferece a segunda noite a quem fizer uma reserva em hotéis da cidade a partir de abril e dá um vale de 10 euros para descontar em despesas feitas em restaurantes.
Ao semanário, Alexandre Marto, representante do Fátima Hotels e vice-presidente da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), disse que a medida “é uma esperança, que representa o esforço grande de uma pequena câmara, e acima de tudo é um sinal forte que se dá ao país num momento em que a hotelaria está desesperada“.
“Não vai salvar o turismo, mas é uma ajuda, quando os municípios estão a fazer tão pouco para ajudar as empresas de turismo. Não ouvi falar de nada disto, por exemplo, no Algarve”, acrescentou. A iniciativa da câmara envolve 10 mil noites.
“O programa de 10.001 noites representa o apoio a 1% das noites observadas em 2019 em Fátima. Mas reconheço que representa um esforço relevante do município – 750 mil euros pode ser um valor simbólico distribuído pelos empresários, mas é importante e muito relevante para a Câmara Municipal de Ourém. Por isso temos de agradecer”, disse o autarca, aquando da apresentação das medidas.
Luís Albuquerque destacou ainda a queda de 78% nas dormidas. “Desde o início que tivemos noção que Ourém seria um concelho problemático”, disse, acrescentando, porém, que o desemprego continua abaixo da média nacional.
Em relação às celebrações do 13 de maio, Alexandre Marto prevê que o santuário adote uma posição semelhante à de 2020, em que passou as celebrações para 13 de outubro, com menos gente, e distanciamento assegurado através de círculos no chão.