Várias pessoas “invadiram” uma sessão na plataforma Zoom organizada pela Associação de Estudantes da Escola Secundária de Camões, em Lisboa, com insultos racistas e a fazerem a saudação nazi. A Polícia Judiciária (PJ) vai investigar o caso.
O debate via Zoom foi organizado em torno do tema “A Influência da Escravatura no Sistema e o Racismo Institucional” e destinava-se, sobretudo, a alunos menores do Liceu Camões.
Organizada pela Associação de Estudantes da Escola Secundária, a sessão decorreu no passado dia 18 de Fevereiro e foi “invadida” por várias pessoas que fizeram “ataques racistas e neonazis”, exibindo “imagens de suásticas e de pessoas negras violentadas”, com “vozes em inglês a proferir insultos racistas e a imitar o som de macacos”, como reporta o Público que teve acesso a imagens do episódio.
A direcção do Liceu Camões já fez queixa ao Ministério Público contra o que define como um acto “cobarde e racista” e a Polícia Judiciária vai investigar, conforme apurou o mesmo jornal.
A sessão no Zoom foi divulgada pela Associação de Estudantes nas redes sociais e um dos “invasores” terá referido que tinha conseguido o link na plataforma Telegram.
Ainda não foi possível identificar se estes agressores serão alunos da escola ou não, mas o Público realça que “falavam em Inglês mas percebe-se que entendiam Português“. Alguns deles tinham as câmaras desligadas e outros apareciam com o rosto disfarçado por grafismos, de acordo com o diário.
O único adulto que se encontrava na sessão, o professor Nuno Coelho, da Universidade de Coimbra, também fez queixa da situação na Comissão pela Igualdade e Contra a Discriminação Racial (CICDR) e diz ao Público que conseguiu “ver duas ou três pessoas por detrás das máscaras a fazer a saudação nazi e a proferir insultos”.
“Aquilo chocou-me bastante”, nota ainda Nuno Coelho.
Este é apenas um do número crescente de exemplos de “Zoombombing”, fenómeno que se refere a ataques feitos em sessões do Zoom por participantes não convidados para, nomeadamente, passarem mensagens de ódio.
Em 2020, várias escolas da área de Lisboa surgiram com inscrições racistas nas paredes, mas o Liceu Camões não está entre as que foram visadas por esses ataques.
Aqui está o resultado de tanto provocarem e desafiarem com o tema do racismo, logo que se aponte pessoa, grupo ou etnia mal comportados, cai o Carmo e a Trindade porque é racismo, desta forma não vamos lá e só incentivam a confrontações que poderão mesmo resultar em actos racistas.