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Escolas da Nova Zelândia vão passar a oferecer produtos menstruais

A primeira-ministra neozelandesa anunciou, esta quinta-feira, que todas as escolas do país vão, a partir de junho, colocar à disposição das alunas produtos menstruais gratuitos, uma iniciativa para combater a “pobreza do período”.

De acordo com a agência Reuters, o anúncio da primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, acontece depois de um projeto-piloto bem-sucedido em 15 escolas do país, no ano passado, que ofereceu produtos menstruais a cerca de 3200 jovens.

“Fornecer produtos menstruais gratuitos na escola é uma forma de o Governo abordar diretamente a pobreza, ajudar a aumentar a frequência escolar e ter um impacto positivo no bem-estar das crianças”, disse a chefe do Executivo em comunicado.

“Queremos melhorar o compromisso, a aprendizagem e o comportamento” e fazer com que “menos jovens faltem à escola por causa do período” e haja “menos dificuldades financeiras entre as famílias destas alunas”, acrescentou.

Em declarações aos jornalistas, Ardern destacou as conclusões de um estudo que mostra que uma em cada 12 jovens neozelandesas falta à escola quando está com a menstruação. A primeira-ministra revelou ainda que o programa, que vai entrar em vigor em junho, vai custar 25 milhões de dólares neozelandeses até 2024, cerca de 15 milhões de euros.

A primeira-ministra neozelandesa, que chegou ao poder em 2017, é vista como um ícone global, não só pela sua estratégia que levou o país a ser um dos principais casos de sucesso no combate à pandemia da covid-19, mas também pela sua reivindicação dos direitos das mulheres.

Tal como recorda a Reuters, a sua gravidez e consequente licença de maternidade, em 2018, foram saudadas como um símbolo de progresso entre as líderes mundiais. Ardern também se destacou quando levou a filha de três meses para uma das Assembleias-Gerais das Nações Unidas.

Relativamente aos produtos menstruais gratuitos, recorde-se que, em novembro do ano passado, a Escócia se tornou o primeiro país do mundo a oferecer estes produtos de higiene íntima feminina, que passam a estar disponíveis em locais previamente designados, como centros comunitários, associações juvenis e farmácias.

Em 2018, este mesmo país foi também o primeiro a disponibilizar de forma gratuita produtos de higiene íntima em estabelecimentos de ensino, uma iniciativa que agora vai ser replicada na Nova Zelândia (e que também já acontece no Reino Unido e em alguns estados dos EUA).

ZAP //

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