PSP recusa vacinação a três mil agentes que Câmara do Porto queria oferecer

António Cotrim / Lusa

A Câmara Municipal do Porto (CMP) teve de cancelar uma operação de vacinação prevista para três mil agentes da PSP, na próxima segunda-feira, por decisão da Direção Nacional da PSP.

Fonte oficial da Câmara Municipal do Porto disse ao Diário de Notícias que “estava tudo previsto e tratado com o Comando Metropolitano da PSP do Porto”, mas que a operação foi entretanto cancelada “por decisão superior e comunicada à CMP pela Senhora Comandante Distrital da PSP”.

De acordo com o jornal, a vacinação destes três mil agentes tinha sido incluída pelo presidente da Câmara, Rui Moreira, naquele que é o primeiro projeto-piloto de vacinação em drive-thru.

“Na semana passada, fomos contactados pela PSP. Inicialmente, pediu-nos um edifício onde pudessem ser administradas vacinas a cerca de 3500 dos seus agentes. Tínhamos uma escola disponível, a de Lordelo, que eles foram verificar e que foi considerada que não tinha condições suficientes”, relatou o autarca num comunicado publicado no portal da CMP, acrescentando que depois foi apresentada a “solução do Queimódromo”.

A decisão da PSP foi recebida com surpresa pelo autarca portuense, sobretudo porque aconteceu na sequência de uma controvérsia em relação à vacinação dos polícias da Polícia Municipal do Porto e de Lisboa, que são agentes da PSP em comissão de serviço, que tinham sido excluídos do plano de vacinação da PSP.

Na altura, o mesmo diário noticiou que Rui Moreira escreveu uma carta ao ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, a alertá-lo para o descontentamento destes polícias por terem sido deixados de fora.

Numa resposta enviada à agência Lusa, esta quarta-feira, a Direção Nacional da PSP referiu que o plano de vacinação desta força policial está integrado no plano de contingência em execução, o qual se encontra “em finalização”.

“No distrito de Lisboa, os polícias serão vacinados numa estrutura dedicada, organizada em comunhão de esforços com a Cruz Vermelha e a GNR. Nos demais distritos a vacinação dos polícias será, em princípio, executada com o apoio da infraestrutura do SNS”, lê-se na resposta.

A PSP deu ainda conta de que “serão, naturalmente, equacionados todos os pontos de vacinação em permanente e estreita coordenação com as autoridades de saúde”.

Em declarações ao DN, o presidente da Associação Sindical de Profissionais de Polícia (ASPP) da PSP, Paulo Santos, considera que se esta oferta existiu “não se compreende como há poucos dias se criticava uma eventual exclusão dos polícias em comissão de serviço nas Câmaras de Porto e Lisboa e agora surgem essas vacinas”.

Esta quinta-feira, o ministro da Administração Interna afirmou que, depois dos bombeiros, até ao final da semana outras forças de segurança vão começar a ser vacinadas.  “Relativamente às forças de segurança, ainda esta semana iniciaremos esse processo de vacinação num quadro de cooperação entre a GNR e a PSP”, avançou Cabrita.

Segundo a rádio Renascença, em Lisboa, será o corpo clínico da GNR a administrar a vacina aos agentes.

ZAP //

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