Por “mensagem, carta ou telefonema.” Costa pede serenidade e diz que objetivo é vacinar 70% até ao verão

Tiago Petinga / Lusa

Depois de uma visita ao hospital privado Cuf Tejo, em Lisboa, Marta Temido aplaudiu o índice de vacinação em Portugal, que está em 3,6% por cada 100 mil habitantes, e António Costa tranquilizou os portugueses, dizendo que todos vão ser chamados para tomar a vacina contra a covid-19.

Esta sexta-feira, em declarações aos jornalistas após uma visita ao hospital privado Cuf Tejo, o primeiro-ministro tranquilizou os portugueses, dizendo que todos vão ser chamados para tomar a vacina contra a covid-19.

António Costa deixou uma mensagem para as pessoas com mais de 50 anos e com doenças associadas, e para os idosos com mais de 80 anos, que vão agora começar a receber a vacina e pediu-lhes “serenidade”.

“Hão-de receber uma mensagem a dizer qual é o local, dia e hora da vacinação. Não têm de correr ao seu centro de saúde nem urgências do hospital, têm apenas de aguardar pela sua vez. Quem não tem telemóvel irá receber telefonema ou carta. É preciso aguardar”, disse, citado pelo Observador.

Depois de adiantar que o plano de vacinação está desejado para que no verão cerca de 70% da população esteja vacinada, o chefe do Executivo alertou, porém, que “estamos todos dependentes a montante da produção por parte da indústria farmacêutica”.

“É fundamental que a Astrazeneca aumente a sua capacidade de produção, que a Moderna aumente a sua capacidade de produção, que a UE reforce as doses que adquiriu para podermos acelerar o processo de vacinação, porque já percebemos que só retomaremos a normalidade da nossa vida quando pelo menos 70% de nós estivermos vacinados”, disse.

“Passo a passo, vamos assegurar a vacinação de todas as pessoas“, assegurou o primeiro-ministro, pedindo uma boa gestão da ansiedade que é “legítima”.

Esta semana serão disponibilizadas mais 6.100 doses da vacina da Moderna para vacinação de profissionais de saúde do setor privado, anunciou Costa, sublinhando que “é bom termos atingido o ponto de estabilização” do número de doses que vamos recebendo, para que melhor se planeie a distribuição.

Também esta sexta-feira, uma empresa do setor e da Administração Regional de Saúde (ARS) do Alentejo denunciou que há profissionais de saúde a queixarem-se da escassez de seringas adequadas para que se consiga aproveitar a sexta dose dos frascos da vacina da Pfizer contra a covid-19.

A ARS de Lisboa e Vale do Tejo rejeita as queixas e a ARS do Norte recusou comentar diretamente.

3,6 vacinados por 100 habitantes

“Portugal tem hoje 3,6 pessoas vacinadas por 100 habitantes, um número que queremos fazer crescer mas isso depende da disponibilidade de vacinas e da melhor capacidade de organização do processo para o acelerar”, disse esta sexta-feira a ministra da Saúde, Marta Temido.

Embora admita que o caminho é longo, a governante congratulou-se com este rácio e segurou-se aos números para provar que o processo de vacinação está num bom caminho: 378 mil vacinas já foram inoculadas, e, além de 100 mil profissionais do SNS já vacinados, “há também as vacinações que se iniciam e que esperamos acelerar nos vários parceiros e atores do SNS”.

Temido começa já a pensar no futuro e a preparar a próxima fase, que é também a mais exigente: a já iniciada fase de vacinação das pessoas com mais de 80 anos e entre 50 e 79 anos com alguma comorbilidade, e sobretudo a vacinação da restante população, “quando chegar a primavera”, que será um “desafio de escala”.

O maior obstáculo é o “número escasso de vacinas para as pessoas que queremos vacinar”. “Este é um processo que tenho a certeza que conseguiremos fazer com sucesso se soubermos manter o foco no essencial e no trabalho organizado e metódico.”