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Governo alarga aumentos na Função Pública. Salários sobem dez euros até aos 791 euros

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Manuel de Almeida / Lusa

Os funcionários públicos com salários até 693 euros não serão os únicos a ter aumentos este ano. O Governo anunciou esta quarta-feira aumentos para os trabalhadores do sexto e sétimo nível da Tabela Remuneratória Única (TRU).

Esta segunda-feira, o secretário de Estado da Administração Pública, José Couto, e o secretário de Estado de Assuntos Fiscais, António Mendonça Mendes, deram o pontapé de saída nas negociações dos aumentos salariais para 2021.

O Governo propôs aos sindicatos da Função Pública um aumento de 20 euros na remuneração mais baixa, para os 665 euros, igualando assim o salário mínimo no público e no privado, e um aumento de 10 euros nos restantes salários até 693 euros.

A proposta, contudo, não agradou aos sindicatos que a consideraram “inaceitável”, “miserável” e “incompreensível”, por deixar de fora a maioria dos funcionários públicos.

Na terça-feira, o Governo garantiu que a proposta de aumentar em 10 e 20 euros os salários mais baixos da Função Pública ainda não está fechada, abrindo a porta a alterações que iriam ao encontro das reivindicações dos sindicatos.

Agora, de acordo com o jornal ECO, na reunião com os sindicatos desta quarta-feira, o Governo “melhorou” a proposta, tendo anunciado aumentos também para os trabalhadores do sexto e sétimo nível da Tabela Remuneratória Única (TRU).

De acordo com o líder da FESAP, José Abraão, o Governo apresentou uma proposta diferente daquela que tinha sido colocada em cima da mesa no início da semana, tendo anunciado que também os salários entre os 693 euros e os 791 euros vão beneficiar de aumentos de dez euros.

Segundo o responsável sindical, com esta alteração, o total de funcionários públicos que beneficiarão de aumentos sobe para 148 mil, deixando 550 mil trabalhadores sem atualizações em 2021.

Assim, segundo as propostas do Governo, o “salário mínimo” do Estado aumenta, em 2021, 20 euros para 665 euros e as remunerações até 791,91 euros sobem 10 euros. Os restantes salários ficam “congelados”.

A FESAP continua a criticar a aplicação do salário mínimo nacional à Função Pública e está a ponderar pedir uma reunião suplementar sobre esta matéria. O sindicato defende que, uma vez que o salário mínimo nacional aumentou 30 euros, a remuneração base da Administração Pública deveria beneficiar da mesma subida.

Antes da crise provocada pela pandemia de covid-19, o Governo tinha prometido aumentos de 1% a todos os funcionários públicos em 2021. Porém, o impacto da doença na economia fez com que o Executivo optasse por fazer apenas atualizações nas primeiras quatro posições da TRU.

Maria Campos, ZAP //

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10 Comments

  1. Bem, por este andar qualquer dia o salário mínimo é o salário médio. De que vale tirar um curso se, limpo no final do mês, se leva quase o mesmo.

  2. O mais ricos cada vez mais ricos. Os pobres esses são sempre pobres.
    São os ordenados médios que estão a ser precionados para baixo. Indo ao encontro do fim da classe média.
    Este tipo de políticas salariais só vai prejudicar as pessoas e o pais, pois quem não tem formação ganha tanto como o que tem. Isso vai fazer com que a longo prazo só haverá como referencia o salário médio e dado que custa tanto ter um formado como um não formado, as empresas vão começar a contratar “doutores” para tudo: limpeza, vendedores, auxiliares, etc.
    Isso ira denegrir e destruir a classe “formada” e, no final, os trabalhadores não formados acabarão a grande maioria no desemprego…
    Ficando todos a perder!

  3. Acho muitíssimo bem porque quem trabalha no sector público também é gente. Não percebo é porque é que o sector privado não segue as pegadas. Se calhar é porque a maioria das empresas só tem viabilidade explorar os empregados. Se pagar de acordo com a riqueza que as pessoas produzem, vai logo à falência. Pois é… Não dá para pagar bons ordenados e ao mesmo tempo comprar casas com piscina, yate e Porsche ao patrão e aos accionistas.

    Deve ser porque vivemos num país de sopeiras em casacos de peles, onde toda a gente quer ser “empresário”. Basta ir ao Facebook e ver os perfis: é só empresários e empresárias. Qualquer borra botas monta uma Unipessoal e auto-entitula-se empresário, sem ter um modelo de negócio minimamente viável. Depois até ao padeiro devem mas… São “empresários”.

    Bom isto para já não falar nos grandes grupos económicos privados:

    Belmiro de Azevedo (Sonae): “Se não for a mão de obra barata, não há emprego para ninguém”.
    Patrick Drahi (PT Portugal): “Pago o mínimo [de salários] que puder”.

    Ora eu já tenho deixado público que Portugal e os Portugueses têm uma mentalidade saloia de “saca o máximo que puderes, dá o mínimo que puderes” e acham que é assim é que é saber fazer negócios. Por isso é que o país não sai da cepa torta. É-se muito economizado com os outros e nada consigo próprio.

    • “saca o máximo que puderes, dá o mínimo que puderes”
      Parece que estás a falar do Bezos e, pelos vistos, ele é português e nem saberá!…
      Agora percebo porque é o gajo é o mais rico do mundo…

  4. Que pena que os reformados não têm um secretário de Estado que lhes seja protector, nem sequer um sindicato para considerar “inaceitável” umas pensões abaixo dos 200€, que há muitas, um aumento de 20€ seria o dobro do que lhes foi prometido.
    Lamento imenso que se tratem as pessoas como portugueses de primeira, de segunda e alguns como refugo.
    Também lamento que alguns dirigentes sindicais apenas olhem para o seu umbigo, estou a falar concretamente daqueles que não se queixaram que o salário mínimo da FP fosse superior ao salário mínimo dos privados, isto tem acontecido nos últimos 2 anos.
    Também lamento que os grandes “palradores” políticos, tão defensores dos mais desfavorecidos, não ergam a sua voz para defender maiores aumentos nas reformas de miséria , tornando assim a vida de muitos pensionistas menos indigna.
    Que o salário mínimo é baixo, eu concordo, mas que votem ao abandono os mais desfavorecidos dá-me náuseas.

    • Há muitas pensões abaixo de 200€??
      Onde?!
      Em Portugal não é de certeza… mesmo quem NUNCA descontou na vida tem uma pensão mínima de 211€ (x14 – em 2020) mais complemento solidário, etc, etc!…

      • Que agradável ter um fedelho a desmentir-nos, eu falei de fonte segura, a minha mãe tem uma pensão de 174 euros e uns cêntimos, eu vejo os recibos, e conheço mais pessoas que dizem receber o mesmo e ainda menos, isso durante o ano que passou.
        E é também agradável vir um badameco defender que 211 euros chega para um reformado sobreviver, não tarda estás a dizer que não há reformados que têm que escolher entre comprar comida ou medicamentos, estão ricos com 211 euros mais complemento solidário, isso se nenhum dos descendentes não tiver casa própria porque se tiver, mesmo que esteja a pagar ao banco, passa a ver o complemento e os etc. por um canudo.
        Deves considerar que o estado deve tratar melhor aqueles que nada contribuíram e que têm direito ao RSI do que aquele que chegou à idade da reforma e contribuiu para ter uma miséria de fome, talvês para dar a refugiados, minorias étnicas, etc. que ficam de papo para o ar à espera que o dinheirinho vá ter com eles.
        No teu entender os velhos devem morrer para não pesarem no universo dos pensionistas.
        Queria ver-te a receber 211 euros x 14 meses, mesmo que apenas para comeres.
        Vivam os reformados RICOS com pensões de 211 euros x 14 meses…

        • Raul, Raul…
          Não sei quem foi o fedelho que te desmentiu ou que defendeu que 211€ chegam para viver, mas vou voltar na repetir: em.Portugal, a pensão MÍNIMA para quem NUNCA descontou são 211€(×14 meses em 2020) MAIS complemento solidário, mais 50% de comparticipação dos medicamentos (além da comparticipação do Estado que todos tem direito), mais tarifa social na electricidade, etc, etc!
          E, como é óbvio, o complemento solidário NADA tem a ver se os descendentes terem casa própria ou não!!
          Atenção que esta pensão é para quem NUNCA contribuiu – portanto, pessoas que NUNCA descontaram – tal como os tais que recebem o RSI!…
          .
          Se, em Portugal, a tua mãe tem uma pensão de 174€, ou não é pensão de reforma, ou a estória está muito mal contada…

  5. Bem é uma vergonha de País que temos eu que tenho24 anos de casa e recebo com o subsidio de alimentação 730 euros e para além disso sou familia monoparental suporto uma hipoteca de uma habitação nem doente posso ficar , será que não existe vergonha desbloquem verbas e aumentem-nos o vencimento eu sou Assistente Tecnica ganho tanto como uma assistente operacional que chegou agora é incrivél.

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