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Marselha 0-2 FC Porto | Dragão vence e abre porta dos “oitavos”

Guillaume Horcajuelo / EPA

Basta apenas um ponto para que o FC Porto carimbe uma vaga nos oitavos-de-final da Liga dos Campeões. Na noite desta quarta-feira, os “dragões” venceram o Marseille por 2-0 – com os contributos de Zaidu e Sérgio Oliveira – e somaram o terceiro êxito nestas quatro jornadas do Grupo C.

Na próxima ronda, o adversário será o Manchester City, que bateu o Olympiacos por 1-0 e lidera com 12 pontos somados. Já os comandados de André Villas-Boas continuam a sua travessia no deserto: ainda não marcaram nesta edição da competição e registaram a 13ª derrota consecutiva na prova, igualando um recorde negativo que está posse do Anderlecht.

O jogo explicado em números

  • Olhando para o “onze” que derrotou o gauleses na ronda 3 no Dragão, Sérgio Conceição apenas procedeu a uma alteração, o lesionado Uribe foi substituído pelo reforço sérvio Grujic. Do lado dos anfitriões, André Villas-Boas “riscou” Caleta-Car, Payet e Benedetto, e apostou, respectivamente, em Balerdi, Luis Henrique e Germain.
  • Pertenceram aos franceses os primeiros três remates do encontro, o último dos quais, aos 15 minutos, foi enquadrado e apenas Marchesín negou que a bola cabeceada por Germain acabasse no fundo das redes. O Marseille tinha mais posse de bola (54%), amealhava 15 duelos ganhos contra os dez dos “azuis-e-brancos” e 102 passes feitos (eficácia de 84%) face aos 86 dos visitantes, que acumulavam uma eficácia de 82%.
  • Replicando o esquema delineado no duelo em Portugal, um 1x4x4x2, com Luis Díaz e Marega na frente em busca da profundidade, o FC Porto não conseguia recuperar a bola em zona alta e acumulava más decisões – 42 perdas do esférico registadas aos 29 minutos – para irritação de Sérgio Conceição, que desde o banco pedia uma outra resposta por parte dos seus jogadores.
  • Apenas a oito minutos do intervalo houve nota para um lance de perigo “portista”: Zaidu desferiu um remate forte, Mandanda voou e defendeu. Instantes depois, ao minuto 39, Sérgio Oliveira cobrou o canto, Grujic cabeceou e, no ressalto, a bola chegou aos pés do lateral-esquerdo, que à segunda tentativa abriu a contagem e estreou-se a marcar com a camisola do emblema da Invicta.
  • O FC Porto foi cirúrgico e chegou ao golo na segunda grande ocasião que criou. Até ao minuto 39, o “dragão” pouco fez em termos ofensivos, demonstrando dificuldades em fugir à maior capacidade que os franceses tinham no centro do terreno, onde Kamara, Sanson e Rongier se superiorizavam a Sérgio Oliveira e Grujic. Na fase de maior ascendente dos anfitriões valeram os reflexos de Marchesín. Zaidu, com três remates enquadrados, um golo, um passe valioso – acção correcta realizada a menos de 25 metros da baliza -, 26 acções com a bola, duas acções com o esférico na área contrária e muita segurança nas suas acções defensivas – três intercepções e um desarme -, era o elemento em destaque, com um GoalPoint Rating de 7.0.
  • O FC Porto controlava os ritmos do encontro e ameaçou o 0-2 aos 51 minutos, quando a tentativa de Zaidu saiu às malhas laterais. Depois, à passagem da hora, o antigo jogador do Santa Clara voltou a estar em destaque ao impedir, com um magnífico corte, que Thauvin empatasse o encontro. Na resposta, Marega não conseguiu cabecear de feição, permitindo uma defesa fácil a Steve Mandanda. Dos cinco remates dos campeões nacionais, três foram enquadrados.
  • Grujic derrubou Benedetto, viu o segundo amarelo e foi expulso, deixando o FC Porto reduzido a dez elementos aos 67 minutos. Porém, aos 69, Corona foi lesto, fez um lançamento lateral de forma supersónica, Marega acelerou e foi derrubado por Balerdi na área do Marseille. Grande penalidade assinalada, o central argentino foi admoestado com o segundo cartão amarelo, foi expulso e, da marca dos 11 metros, Sérgio Oliveira não perdoou e carimbou o 0-2. Foi o sétimo golo do internacional português – o terceiro na Champions – esta época em 12 jogos oficiais.
  • Os forasteiros estiveram sempre mais próximos do 3-0 do que propriamente sofrerem um golo. As únicas excepções foram três lances protagonizados por Benedetto que primeiro, numa boa posição, rematou e a bola saiu às malhas laterais, depois atirou ao lado e a fechar acertou no ferro.
  • No dia em que faleceu Reinaldo Teles, antigo dirigente do clube, o conjunto da Invicta manteve a invencibilidade face aos gauleses, somando cinco vitória e um empate em seis partidas.

O melhor em campo GoalPoint

Uma noite para não mais esquecer. Zaidu esteve intransponível a defender e foi decisivo no ataque. O lateral-esquerdo foi o melhor jogador em cena com um GoalPoint Rating de 7.8. Os números não mentem e demonstram que o internacional nigeriano esteve “on fire”, com um golo apontado – Expected Goals (xG) de 1,3 -, quatro remates realizados, sendo que três foram enquadrados, 80% de eficácia no capítulo do passe – cinco falhados em 25 tentados -, amealhando, ainda, o máximo de acções com a bola na área contrária (cinco) e sete intercepções, outro dado que mais ninguém neste jogo (e nesta Champions) conseguiu obter.

Jogadores em foco

  • Rongier 6.4 – Foi o melhor jogador do Marseille e da sua “perfomance” realçamos o critério que teve – eficácia de 91% no passe, com 53 acertos e cinco falhados -, as 77 acções com a bola e o facto de não ter falhado nenhum dos quatro dribles tentados.
  • Sérgio Oliveira 6.4 – É o pêndulo da equipa. Nos períodos de maior aflição assume as rédeas e sempre que ataca deixa a sua marca. Além do golo, que decretou o resultado final, no único remate feito, foi quem mais fez passes longos – cinco acertados em nove feitos -, somando ainda três passes valiosos, e ainda sofreu quatro faltas.
  • Otávio 6.2 – Esteve discreto, mas foi regular, acabando por se destacar nas tarefas defensivas, onde acumulou nove recuperações de bola – máximo no encontro -, quatro desarmes – mais um máximo esta noite – e sofreu, ainda, três faltas.
  • Manafá 6.0 – Está seguro e começa a ser o dono e senhor da vaga do lado direito da defesa. Foi quem mais fez passes valiosos – quatro – acções certas a menos de 25 metros da baliza -, direccionou mal apenas dois dos 35 passes realizados (94% de eficácia), esteve perfeito no capítulo dos dribles com três acções concluídas e juntou seis recuperações de bola.
  • Marchesín 5.9 – Da ficha do argentino registam-se duas defesas, uma das quais fundamental, e travou o ímpeto dos franceses quando Germain cabeceou com perigo. Além disso, foi importante a lançar os seus colegas, com quatro passes progressivos certos e 19 passes verticais.
  • Grujic 4.9 – Chamado para substituir o lesionado Uribe, esteve num bom plano, mas uma má decisão acabou por manchar a “performance” do médio sérvio. Nos 67 minutos em que actuou, antes de ser expulso, gizou dois passes para finalização, teve 91% de eficácia no capítulo do passe – 21 correctos e dois transviados -, somou cinco recuperações da posse e acabou por estar na génese do lance que terminou no primeiro tento. A rever, as cinco faltas cometidas e os quatro dribles consentidos.

Resumo

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