Augusto Santos Silva, ministro dos Negócios Estrangeiros, falou, em entrevista ao Diário de Notícias e à TSF sobre o Orçamento de Estado para 2021, as eleições presidenciais e o impasse na questão da ajuda financeira de Bruxelas.
Em entrevista ao Diário de Notícias e à TSF, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, disse que o Governo já conseguiu fazer “aprovar dois Orçamentos – um para 2020 e um suplementar – e vamos ver o que acontece com o Orçamento para 2021”.
“Portanto, eu antes mesmo de pensar no que pode acontecer com o Orçamento para 2022, estou preocupado com a aprovação do Orçamento para 2021“.
Questionado sobre se tem a certeza de que o Orçamento será aprovado, responde assim: “Eu não tenho a certeza. Tenho a certeza de que o PS vota a favor”.
Em relação à bazuca de Bruxelas, o ministro afirmou que “ninguém, na UE, aceitará ficar na posição de refém dos interesses particulares de dois governos” – ou seja, Hungria e Polónia.
“Há várias maneiras de superar essa circunstância, se forem necessárias. A primeira, a única que estamos a trabalhar, é procurar dar as garantias necessárias que expliquem que os receios húngaro e polaco são infundados”, explicou.
Sobre os candidatos às eleições presidenciais de 2021, Santos Silva considera que “nenhum deles corresponde ao perfil que eu creio ser o perfil exigível a um Presidente da República”.
“Portanto, eu aguardo que se apresente outro e espero que o Professor Marcelo Rebelo de Sousa se apresente, porque acho que essa apresentação é muito importante para o debate e para a escolha do povo português, incluindo a dos eleitores socialistas. Depois, vamos ver o que é que o povo decide. Essa é uma das grandes vantagens e uma das coisas mais bonitas que a democracia tem”, continuou.
Quanto ao seu próprio partido, o PS, o ministro dos Negócios Estrangeiros disse que “continua um partido divertidíssimo” e que não esconde as “diferenças”. Sobre as atitudes no período pandémico, “houve mais exigência da parte de sectores da opinião pública em relação ao PCP do que em relação à Igreja Católica e do que em relação, por exemplo, a partidos que organizaram congressos e convenções sem quaisquer preocupações de segurança e de respeito pelas normas sanitárias”.
Questionado sobre como vê o futuro da sua carreira política, Santos Silva disse: “Tenho 64 anos e gostaria de acabar as minhas atividades profissionais na profissão que sempre foi a minha, professor universitário. Espero que o PS me liberte quando entender que isso é desejável”. Porém, deixa o aviso: “Há uma frase do Voltaire que é sempre muito útil nós termos em conta que é: Fazer previsões é insultar o futuro. Não insultemos o futuro”.
Malha neles todos!