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PCP não fará testes nem medirá temperatura no congresso. Bloco estranha “indignações seletivas”

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António Cotrim / Lusa

Por enquanto, o PCP não tencionar fazer medição da temperatura dos delegados ou dos elementos da comunicação social no seu XXI Congresso nem pedir testes à covid-19 a nenhum participante.

O jornal Público adianta esta sexta-feira que o horário do congresso, com o lema “Organizar, Lutar, Avançar – Democracia e Socialismo”, será aprovado na sexta-feira na abertura às 10h30, mas a intenção é levar os trabalhos até às 20h nos dois primeiros dias e terminar à hora do almoço de domingo.

Em declarações ao jornal, Rui Braga, membro do secretariado do comité central e responsável pela organização do evento, disse que o PCP “não vê necessidade” em pedir testes aos delegados nem medir a temperatura durante o evento.

Segundo Rui Braga, o partido vai mostrar que “tem condições para realizar um congresso num cenário absolutamente excecional”, acrescentando que serão outras medidas sanitárias de segurança.

Para além de não haver convidados e da redução de delegados para metade (600), estes não terão mesas, mas apenas cadeiras – para evitar superfícies de contacto – e só poderão circular em corredores marcados, com entradas e saídas diferenciadas. O uso de máscara será obrigatório.

Está prevista uma sala de isolamento para quem apresentar sintomas, higienização permanente dos espaços, limitação no acesso aos pontos de venda de café e casas de banho.

Em relação à comunicação social, só poderá estar um representante de cada órgão em permanência no pavilhão.

O congresso será transmitido no site do PCP e nas redes sociais.

Além disso, não haverá tasquinhas e a organização está à procura de um pavilhão no centro de Loures onde possam ser servidos os almoços de sexta-feira e sábado por turnos aos delegados e distribuídas refeições em take away.

“Não ignoramos o surto nem a realidade, mas nada nos obstaculiza de o fazermos. Temos condições para isso. É um contributo para mostrar que a vida continua”, disse Rui Braga. “O estado de emergência não suspende os direitos políticos”.

Bloco estranha “indignações seletivas” e PSD pede suspensão do congresso

A coordenadora do BE, Catarina Martins, escusou-se esta quinta-feira a comentar a realização do congresso do PCP durante a pandemia, destacando apenas que os “direitos políticos não estão suspensos” e estranhando “as indignações seletivas neste país”.

“Não tenho absolutamente nada a dizer sobre essa matéria. As normas são cumpridas, são normais, os direitos políticos não estão suspensos no país, era o que mais faltava que estivessem”, respondeu, quando interrogada sobre se via algum inconveniente na realização desta reunião magna comunista.

A única coisa que a líder do BE estranha “são as indignações seletivas neste país”.

Já o deputado social democrata Adão Silva acusou esta sexta-feira António Costa de permitir que umas “centenas de alegres militantes comunistas” possam fazer um congresso quando milhões de portugueses estão em casa.

“É certo que o Governo deve a sua sobrevivência política ao partido comunista”, diz Adão Silva, pedindo bom-senso ao PS e ao PCP.

O secretário-geral dos comunistas prometeu que o XXI Congresso Nacional do PCP, em Loures, vai ser exemplar quanto a medidas de prevenção da covid-19 e manteve o tabu sobre a continuidade como líder do partido.

Os comunistas entendem que “não há nenhuma razão” para cancelar ou adiar o Congresso.

ZAP // Lusa

3 Comments

  1. É um grande exemplo que o PCP está a dar a todos os portugueses, sem dúvida e o BE está lá incluído ao concordar com o congresso!
    Realmente o nível de irresponsabilidade dos politicos é no mínimo vergonhoso!
    Já com a festa do avante foi vergonhoso mas claro que de inconscientes não poderia vir uma irresponsabilidade só!

  2. Este tipo de atitude de parte do PCP ( Eu…quero, posso e mando) é natural da Ideologia Comunista para não dizer “Comodista”. A Democracia é isto mesmo, todos tem voz na matéria, mesmo os mais condenáveis em termos Ideológicos !….o que é neste caso condenável, é a falta de reserva, de respeito por esta grave situação que vivemos, de falta de Solidariedade para todos os que sofrem a perda de Emprego, de rendimento, da impossibilidade de abraçar um Parente num Lar, num Hospital por ex…….! Outros grupos Políticos tiveram a decência de reportar as suas actividades Politicas Internas para outras Datas, mas estes Srs. vem de dar um tiro no pé, que lhes sairá caro nas próximas Eleições de forma bem merecida !

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