Um programa foi transmitido na televisão estatal chinesa CCTV no horário nobre, a meio da tarde, em que foram apresentados vários alegados espiões de Taiwan que confessaram “todos os crimes que praticaram”.
De acordo com o jornal espanhol El Mundo, o programa televisivo consistia nas confissões dos supostos espiões de Taiwan de “todos os crimes que cometeram”. No oráculo da televisão podia ler-se “independentistas”.
O programa começou com uma voz-off: “A Agência de Segurança Nacional do Partido Comunista da China destruiu uma rede de inteligência de espiões de Taiwan, que foram enviados para o continente”. Após isso, chegavam os apresentadores e dava-se início a uma hora de confissões.
Um dos “espiões” era um “homem de negócios com motivos ocultos”, Li Mengju, que entrava em cena com roupa de prisão e dizia que “fez muitas coisas más no passado que podem ter prejudicado o país”. Li terá sido apanhado a fotografar exercícios militares chineses.
Outro alegado espião era Cheng Yu-Chin, que seria assessor do ex-Presidente Cho Jung-tai, do Partido Democrático Progressista, que governa Taiwan. O crime terá sido utilizar um instituto de investigação que estabeleceu em Praga como um esconderijo para obter informação prejudicial sobre a China, de forma a prejudicar as relações entre a República Checa e a China.
O ex-Presidente de Taiwan disse nunca ter conhecido o alegado espião que seria o seu ex-assessor. Taiwan também já reagiu, tendo o primeiro-ministro afirmado que a “China está a difundir calúnias e a criar o terror” sobre alegadas ações de espionagem.
A China está a aumentar a pressão sobre outros governos para isolarem Taiwan, um Estado soberano, apesar de Pequim considerar a ilha parte do seu território.
Os dois territórios dividiram-se em 1949, quando os nacionalistas se radicaram em Taiwan, após perderem a guerra civil para os comunistas, que governam a República Popular da China desde então.
Taiwan é reconhecido como um governo independente por apenas 15 nações, a maioria Estados pequenos e pobres, mas o seu governo, democraticamente eleito, tem laços comerciais e informais extensos com muitos países.