Entre as 298 vítimas mortais da queda do avião na Ucrânia, esta quinta-feira, estavam cerca de 100 cientistas e activistas que seguiam viagem para a Conferência Internacional sobre SIDA 2014, que decorre este fim de semana na Austrália.
A conferência, que tem início este domingo em Melbourne, na Austrália, contaria com a participação de um dos maiores nomes da luta contra a SIDA no mundo, o cientista holandês Joep Lange, de 60 anos, um dos desaparecidos na queda do avião.
Lange foi presidente da Sociedade Internacional da SIDA (IAS) e professor de Medicina na Universidade de Amesterdão. Era mundialmente conhecido pela sua luta pela redução de custos do tratamento da doença em países carenciados.
O cientista viajava no MH17 a caminho de Kuala Lumpur, onde se encontraria com a mulher, para apanhar um voo de ligação a Melbourne.
Em declarações à ABC, Trevor Stratton, também um conceituado investigador na luta contra o VIH, declarou que “o desaparecimento de Lange é uma grande perda para para a Ciência.”
“A cura para a SIDA podia ir a bordo daquele avião. Nunca o saberemos“, acrescenta Stratton.
Mentes brilhantes perderam a vida
Além de Joep Lange, a Conferência Internacional sobre Sida 2014 foi ensombrada pela morte de cerca de uma centena de participantes, que viajavam no Boeing-777 da Malaysia Airlines com o investigador holandês.
Os organizadores do encontro expressaram profunda tristeza pela perda dos participantes, a maior parte dos quais cientistas ou activistas da luta contra a SIDA, que viajavam no voo MH17 de ligação entre Amesterdão e Kuala Lumpur com destino a Melbourne.
“É um momento difícil. Perdemos amigos, ativistas e pessoas que são a voz dos sem voz”, disse o diretor executivo do Programa Conjunto das Nações Unidas Sobre o VIH/SIDA (ONUSIDA), Michel Sidibé, falando na cerimónia de abertura da Conferência, que decorre oficialmente entre 20 e 25 de julho.
No cerimónia foram apresentadas mensagens de líderes internacionais, nomeadamente do Presidente norte-americano, Barack Obama.
O director do ONUSIDA, Michel Sidibé, encerrou a cerimónia deixando a mensagem de que “acabar com a SIDA é o único sonho que todos devemos ter“.
ZAP / Lusa