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Doente de covid-19 esperou 14 horas por vaga nos Cuidados Intensivos

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Alejandro Garcia / EPA

A Ordem dos Enfermeiros Norte exige ao ministério das Saúde “informação transparente” sobre o número de camas disponíveis em cuidados intensivos para covid-19, denunciando que um doente do Hospital de Penafiel esperou 14 horas para ser admitido em Viseu. 

Em declarações à agência Lusa, o presidente da secção regional do Norte da Ordem dos Enfermeiros, João Paulo Carvalho, afirma ter recebido a informação de que um doente “esteve entre as 3 e as 9 na urgência do hospital de Penafiel a aguardar vaga em intensivos”, tendo depois sido transferido para Viseu, onde “chegou às 16:00”.

“Isto é gravíssimo e faz-nos questionar a capacidade actual de cuidados intensivos a Norte. Porque é que o doente foi para Viseu, fora da região? Já não há vagas na região?”, questiona João Paulo Carvalho.

“Em causa está o cuidado a doentes críticos, doentes altamente complexos que precisam de equipas altamente diferenciadas. O risco é de morte“, acrescenta o responsável da Ordem dos Enfermeiros, notando que é preciso “fazer uma gestão muito cuidada desta situação”.

A secção regional do Norte da Ordem dos Enfermeiros quer esclarecimentos sobre quantas camas de cuidados intensivos existem, falando em “contradição de números”.

“É muito estranho que num dia a senhora ministra dê um número, ainda que fazendo projecções, e hoje esse número já seja outro de acordo com o senhor secretário de Estado”, aponta ainda João Paulo Carvalho, considerando que “esta questão dos números está a baralhar muito e gera confusão na gestão da pandemia”.

“Esta é uma questão que tem de ser clara e transparente”, frisa o mesmo responsável, notando que “falta coordenação entre hospitais”, mas que esse problema será “gerado por orientações confusas do Ministério”.

A ministra da Saúde, Marta Temido, revelou no passado 26 de Outubro que os internamentos por covid-19 nos hospitais, em enfermaria e unidades de cuidados intensivos (UCI), deveriam ultrapassar os três mil na semana seguinte.

Segundo as projecções do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) divulgadas pela ministra, a partir de 4 de Novembro estimava-se que estivessem internados em enfermaria 2.634 doentes e 444 em UCI.

Já na quarta-feira, na conferência de imprensa dedicada ao ponto de situação sobre a pandemia do novo coronavírus, o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, António Lacerda Sales, adiantou que das 373 camas em UCI para doentes covid-19, 325 já estavam ocupadas.

Fonte da Administração Regional de Saúde refere à Lusa que “a dotação de camas na região Norte em UCI é de 405 camas, das quais “195 estão destinadas a covid-19”.

Até às 24 horas de quarta-feira “estavam ocupadas 176”, de acordo com aquela entidade, o que significa que ainda há 19 camas disponíveis.

Marta Temido visita esta sexta-feira a região do Vale do Sousa, onde vai reunir com o Conselho de Administração do Hospital Padre Américo.

ZAP // Lusa

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4 Comments

  1. E algumas pessoas ainda acham que têm a liberdade de fazerem o que bem entendem como seja não confinar, não usar máscara, pondo em causa as determinações do governo! Mas esquecem-se que a liberdade deles acaba quando começa a dos outros!! Pelo andar da carruagem, alguns destes desobedientes, se adoecerem gravemente, passarão à frente, de outros que seguiram as regras, na corrida por uma cama no SNS, por serem mais novos!! Será justo??

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