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Benfica 2-0 Belenenses SAD | Darwinismo rende arranque histórico

O Benfica cumpriu e venceu o Belenenses SAD por 2-0, no Estádio da Luz, na partida que encerrou a quinta jornada da Liga NOS. Foi o quinto triunfo benfiquista no campeonato em cinco partidas, o melhor arranque dos lisboetas desde a longínqua temporada de 1982/83, há 38 anos.

Haris Seferovic, logo aos seis minutos, inaugurou o marcador através de um forte cabeceamento. O jogo perdeu intensidade e só aos 75 minutos surgiu o tento final, por Darwin Núñez, a grande figura desta partida. O Benfica é líder isolado, o Belenenses SAD perdeu pela primeira vez fora e é 15º.

O jogo explicado em números

  • Haris Seferovic e Julian Weigl foram as grandes novidades na equipa do Benfica para este embate, relativamente ao “onze” que começou o jogo com o Lech Poznan, com Luca Waldschmidt e Gabriel a saírem – este último nem no banco ficou. Alterações que colocaram os “encarnados a jogar num 4-4-2 puro.
  • O arranque de jogo não podia ser melhor para o Benfica. Logo aos seis minutos, Álex Grimaldo, Everton “Cebolinha” e Rafa Silva combinaram, o primeiro cruzou e Haris Seferovic, nas alturas, cabeceou para o 1-0. Segundo remate do encontro, primeiro enquadrado, e estava inaugurado o marcador. E logo a seguir, Everton passou por todos e só o pé de André Moreira evitou o segundo.
  • A entrada das “águias” em campo apanhou o Belenenses SAD como que desprevenido e sem reacção à rápida circulação de bola e intensidade dos homens da casa, que criavam diversos lances de ataque. No primeiro quarto-de-hora o Benfica registava 65% de posse de bola e quatro remates, dois enquadrados, contra nenhuma tentativa dos “azuis”.
  • E a meia-hora chegou ainda sem qualquer disparo do visitantes, que sentiam dificuldades para entrar no último terço do terreno, enquanto as transições benfiquistas eram um perigo constante. Nesta fase, o Belenenses SAD registava uma só acção com bola na área contrária e nem o facto canalizar 90% do seu futebol pelas faixas laterais ajudava a chegar junto da baliza de Odysseas Vlachodimos.
  • Silvestre Varela, aos 33 minutos, realizou o primeiro remate para os “azuis”, mas era Everton “Cebolinha” quem liderava os ratings, com 6.2, ele que registava sucesso total nas duas tentativas de drible, um passe para finalização e um remate, enquadrado. E aos 35 minutos, de Silvestre Varela em destaque, a isolar-se e a fazer golo, mas o lance foi anulado por fora-de-jogo, numa fase em que a equipa comandada por Petit começava a sacudir a pressão e a aproximar-se com mais critério do último terço.
  • Intervalo Belo arranque da formação “encarnada”, a marcar cedo e a empurrar os visitantes para a sua grande área. Mais golos poderiam ter surgido, mas aos poucos o Belenenses SAD acertou marcações e começou a explorar melhor os espaços que o Benfica concedia, pelo que até ao intervalo o desafio tornou-se mais complicado para os homens da casa, que deixaram de criar perigo, apesar do claro domínio das operações. O melhor ao descanso era Seferovic, com um GoalPoint Rating de 6.3, pelo golo, mas também pelos três duelos aéreos ofensivos (100%) que ganhou nesta primeira metade do desafio.
  • As dificuldades benfiquistas prosseguiram no primeiro quarto-de-hora do segundo tempo, com o Belenenses a registar dois remates, ambos enquadrados, contra uma tentativa, com má direcção, dos comandados de Jorge Jesus. E mesmo na posse de bola as coisas estavam mais equilibradas, com 58% para os anfitriões. Nesta fase as duas formações tinham três acções com bola cada nas áreas contrárias.
  • Aos 63 minutos, o recém-entrado Waldschmidt atirou ao lado, em boa posição para marcar, mas o jogo continuava sem intensidade ou ocasiões de perigo, excepção para um disparo forte de Darwin aos 69 minutos para bela defesa de André Moreira. Faltava velocidade e inspiração às duas equipas – o Belenenses também deixou de criar perigo. Até que o uruguaio acabou por marcar.
  • Aos 75 minutos, Darwin recebeu um grande passe de Waldschmidt, tirou um defesa e o guarda-redes da frente e atirou para a baliza deserta, ao quinto remate benfiquista no segundo tempo, segundo enquadrado. Foi a estreia a marcar do jovem ponta-de-lança na Liga, após o “hat-trick” que apontou na Liga Europa, na quinta-feira.
  • O golo tranquilizou as “águias” e tirou o que restava do ímpeto do Belenenses SAD, pelo que o Benfica passou a ter o controlo quase absoluto do encontro e segurou uma vantagem que justificou em pleno, apesar de não ter realizado uma exibição brilhante.

O melhor em campo GoalPoint

O uruguaio é a nova coqueluche da Luz neste arranque de temporada. Demorou a fazer o primeiro golo de águia ao peito, acabou por fazer três na Liga Europa e esta segunda-feira notou-se que transpira confiança. Darwin Núñez foi o melhor em campo no triunfo do Benfica ante o Belenenses SAD, com um GoalPoint Rating de 7.7. Não só pelo golo que marcou, pleno de oportunidade, mas pelo que fez ao longo de toda a partida. Foram três remates, todos enquadrados, dois passes para finalização, quatro passes valiosos (completos a menos de 25 metros da baliza contrária), sete acções com bola na área visitante (máximo do jogo), mas também dois dribles completos em quatro tentativas (todos no último terço) e superioridade nos três duelos aéreos em que participou.

António Cotrim / Lusa

Darwin Núñez e Haris Seferovic no SL Benfica vs Belenenses SAD.

Jogadores em foco

  • Haris Seferovic 6.8 – Surpresa no “onze” inicial, o suíço demorou apenas seis minutos para marcar, de cabeça. Após alguns apontamentos de qualidade acabou por cair de produção e foi substituído aos 56 minutos. Mas até lá já tinha deixado a sua marca, com destaque ainda para os quatro duelos aéreos em que participou, todos com sucesso.
  • Everton “Cebolinha” 6.6 – Por vezes parece desaparecer do jogo, mas as suas acções têm sempre qualidade. Criou uma ocasião flagrante em dois passes para finalização, fez um passe de ruptura e quatro valiosos, somou quatro acções com bola na área contrária e completou três de cinco tentativas de drible.
  • Álex Grimaldo 6.5 – O espanhol saiu aos 70 minutos com uma lesão num tornozelo que pareceu merecer algum cuidado. Até esse momento somou uma assistência em dois passes para finalização, 91% de eficácia de passe, completou três dribles em cinco (dois no último terço) e não comprometeu a defender.
  • Jan Vertonghen 6.4 – O belga é discreto, mas eficaz. Compensa a falta de velocidade com um excelente posicionamento e capacidade no jogo pelo ar, tendo ganho cinco dos seis duelos aéreos defensivos em que participou. Fez ainda 14 passes progressivos certos.
  • André Moreira 6.4 – O melhor elemento dos “azuis”. O guarda-redes não teve culpa em nenhum dos golos que sofreu e realizou quatro defesas, todas a remates na sua grande área, uma a disparo a menos de oito metros, e somou duas saídas pelo solo eficazes.
  • Tomás Ribeiro 6.4 – Excelente o arranque de temporada do jovem central. Tomás fez um passes para finalização, dez progressivos certos e na retaguarda foi pragmático, com nove acções defensivas, entre elas cinco intercepções, máximo do encontro.

GoalPoint

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