Mais de 40 estudantes do ensino superior no Porto estão infetados com covid-19, concluiu o rastreio iniciado depois de um aluno do programa ERASMUS da Universidade ter testado positivo, avançou esta quinta-feira a Administração Regional de Saúde do Norte (ARS-N).
Em resposta à agência Lusa, a ARS-N explicou esta quinta-feira que, no sábado, a autoridade de saúde do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) Porto Oriental teve conhecimento de que um estudante do programa ERASMUS [de mobilidade académica entre estudantes de todo o mundo] da Universidade do Porto (U.Porto) testou positivo para a covid-19.
Depois de “efetuada a investigação epidemiológica”, foram rastreados os contactos do aluno e identificados, até ao momento, 49 casos positivos associados a este surto, acrescentou a ARS-N.
Segundo a ARS-Norte, o processo está a ser acompanhado pelas autoridades de saúde, em articulação com “os responsáveis das Instituições de Ensino”.
À Lusa, o gabinete de comunicação da U. Porto afirmou que “cerca de 40 estudantes” testaram positivo e que outros estudantes da U.Porto que estiveram em contacto com os infetados estão em isolamento profilático.
“O surto não surgiu no contexto da universidade”, garantiu o gabinete de comunicação, acrescentando que as entidades de saúde estão a monitorizar a situação.
Contactado pela Lusa, o Instituto Politécnico do Porto não quis comentar a situação, afirmando não ter recebido “qualquer contacto por parte das autoridades de saúde”.
Entretanto, na Universidade de Aveiro (UA), foram registados 20 casos positivos de covid-19. Numa nota enviada à comunidade académica, a que a Lusa teve acesso, o reitor da UA, Paulo Jorge Ferreira, revelou que as autoridades de saúde confirmaram esta quinta-feira infeção por SARS-CoV-2 de mais cinco universitários.
“Estes novos casos estão relacionados com o contágio já identificado pelas autoridades de saúde e que contabiliza agora um total de 20 casos positivos”, lê-se na nota.
O reitor refere ainda que todos os contactos de risco identificados pelas autoridades de saúde serão testados, renovando o apelo ao cumprimento das medidas de segurança, dentro e fora da Universidade.
Na quarta-feira, a UA informou que 15 estudantes que frequentam a instituição através do programa Erasmus tinham testado positivo à covid-19, encontrando-se em isolamento nas suas casas. Posteriormente, o reitor adiantou que os estudantes infetados eram de nacionalidade espanhola.
De acordo com a UA, o contágio ocorreu ainda durante a semana passada, num evento externo à Universidade.
Seis funcionárias infetadas em creche da Maia
Seis funcionárias de uma creche da Santa Casa da Misericórdia da Maia testaram positivo para a covid-19, levando ao isolamento profilático de 35 crianças, por indicação das entidades de saúde, avançou esta quinta-feira a provedora da instituição.
Em declarações à agência Lusa, Maria de Lurdes Maia, provedora da Misericórdia da Maia afirmou que seis funcionárias da creche Santa Maria de Avioso testaram positivo para a covid-19, num total de mais de 13 funcionários da creche, serviços gerais e cozinha.
“Aguardamos o resultado dos testes que foram feitos aos restantes funcionários”, salientou a responsável, acrescentando que, no seguimento dos casos positivos, as entidades de saúde indicaram o encerramento das três salas de creche.
Segundo Maria de Lurdes Maia, cerca de 35 crianças, com idades até aos 36 meses, encontram-se em isolamento profilático, não tendo sido detetado, até ao momento, “nenhum caso positivo”.
“Não tivemos nenhuma indicação das entidades de saúde para testar as crianças”, referiu.
Apesar do encerramento das três salas de creche, a instituição mantém em funcionamento as três salas de pré-escolar, frequentadas por cerca de 65 crianças. “Não tivemos indicação para encerrar essas salas”, afirmou a responsável, acrescentando, no entanto, que se tal acontecer, a instituição vai cumprir todas as orientações das entidades de saúde.
À Lusa, Maria de Lurdes Maia adiantou ainda estar prevista para sábado uma desinfeção geral às três salas da creche.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de um milhão e cinquenta e sete mil mortos e mais de 36,2 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 2.050 pessoas dos 82.534 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
ZAP // Lusa
Coronavírus / Covid-19
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Sem querer visar quem quer que seja, porque todo o ser humano me merece muito respeito, diria que um estudante universitário de hoje não chega aos calcanhares de um estudante com apenas o quinto ano do liceu de há 60 anos atrás. Façam-se, como se fazia naquela altura, exames públicos, a que qualquer cidadão possa assistir, e imediatamente ficará evidente quem é quem e o que sabe. A postura que os estudantes tinham de observar quando dentro dos estabelecimentos de ensino era, por si só, um enorme curso de etiqueta e boas maneiras que perdurava para toda a vida quando, em casa, tinha continuidade.
Aqui chegados, o que realmente causa espanto é que a maioria dos estudantes actuais do ensino superior não esteja contaminada, primeiro porque eles nunca interiorizaram a noção de perigo e de culpa. Desde a primária até ao fim do ensino secundário, eles sempre foram desculpabilizados e protegidos. No meu tempo. se eventualmente chumbasse – o que nunca aconteceu – era sovado, porque havia sido malandro e irresponsável. Hoje, se um aluno ou aluna não estuda a ponta de um corno, a culpa não é sua mas, sim, dos professores que não conceberam e desenvolveram as estratégias para recuperar a pobre criatura que se sentia desmotivada e, no fim de contas, há um conselho de turma extraordinário, uma ameaça velada do sr. ou da sr.ª diretora, mais uns quantos despachos e portarias e, no fim, o dito conselho de turma passa esse/a aluno/a com louvor e distinção e uma explicita reprovação ao diretor de turma e professores implicados no insucesso do ou da discente. Ora, quem assim é levado como pode ter a noção do que é uma distância social para efeitos sanitários de máxima urgência e proteger-se a si e aos outros se foi criado no tempo da desculpabilização e das redes sociais? Nos corredores, nos bares e nas cantinas das faculdades é tudo ao molho e não há sequer uma autoridade que chegue e diga basta! E enquanto este cenário corre, os bons portugueses instruídos educados estão a ser convidados a aposentarem-se antecipadamente com cortes nos salários muitos deles congelados há mais de vinte anos. Estamos a ficar cada dia mais pobres, porque cada política que bem é sempre pior que a anterior.
Onde se lê «que bem» deve ler-se «que vem». Desculpas pela gralha!