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A poucos dias da entrega do OE2021, Governo estica à esquerda e à direita

Mário Cruz / Lusa

A entrega do Orçamento do Estado para 2021 está marcada para dia 12 de outubro. Esta terça-feira, o Governo de António Costa reuniu-se com os partidos com assento parlamentar para lhes apresentar as linhas gerais do documento.

A direita tem as armas em punho e critica a aposta no setor público em detrimento do apoio ao setor privado. De acordo com o Público, PSD e CDS pediram mais apoios para as empresas, enquanto que o BE e o PCP falaram em falta de avanços e remeteram eventuais novidades para as negociações seguintes.

A esquerda está insatisfeita com o facto de o Governo não aproveitar a suspensão de regras orçamentais, por parte de Bruxelas, para concretizar mais apoios. O Bloco quer que o Governo aposte no investimento quando não há restrições ao défice e o PCP defende que o caminho de redução do défice não é “coincidente com a resposta que o país precisa”.

No final do encontro, António Mendonça Mendes, secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, disse que “o grande objetivo é a proteção do rendimento das famílias e o apoio às empresas para proteger o emprego”, rejeitando assim a questão do défice enquanto foco central.

O Novo Banco e a nova prestação social são os dois temas quentes da discussão que não conseguem entendimento nas reuniões bilaterais.

Em relação ao banco, o Governo quer procurar uma solução para agradar o Bloco de Esquerda, mas o partido de Catarina Martins não fica satisfeito com a declaração feita pelo executivo de que não irá dar “nem mais um cêntimo do Estado para o Novo Banco”.

Já em relação à nova prestação social, o Governo assumiu que terá como referência o limiar da pobreza (502 euros), mas isso levantará questões de justiça, caso o valor mínimo do subsídio de desemprego seja para manter (438,81).

O PCP vai lutar pelo aumento da resposta social e pela valorização dos trabalhadores, nomeadamente através do aumento geral dos salários, tanto no público como no privado.

O PEV vai insistir numa medida que tem vários apoios à esquerda: o reforço das infraestruturas ferroviárias de modo a garantir que o comboio chegue a todas as capitais de distrito.

Já o PAN disse, à saída da reunião, que o Governo mostrou disponibilidade para aceitar a tara para máscaras descartáveis, uma das propostas do partido.

ZAP //

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