A Realidade Virtual é uma tecnologia incrível, mas nada quebra a imersão como passar uma mão por uma parede. Enquanto algumas equipas estão a tentar simular a sensação do tato, um novo estudo tem uma alternativa inteligente: robôs que movem móveis físicos.
Chamada RoomShift, a tecnologia começa como a maioria das configurações de Realidade Virtual, com o utilizador a usar auscultadores Oculus Go e um sistema de rastreamento a vigiar uma sala com uma área de 10 por 10 metros.
Porém, a verdadeira diversão começa com uma frota de robôs Roombas modificados com elevadores tipo tesoura improvisados acoplados. Estes robôs podem deslizar sob a mobília, implantar os elevadores tipo tesoura para levantá-la do chão, carregá-la para um novo local e, depois, colocá-la no chão novamente.
De acordo com o NewAtlas, esta ideia tem algumas implicações importantes para a Realidade Virtual. É possível sentar numa cadeira ou colocar objetos em cima de uma mesa. Em vez de um pop-up virtual alertando-o para não andar mais para não partir uma janela, uma parede portátil pode disparar na frente da sua mão.
Um dos truques mais engenhosos pode ser a forma como as peças de mobília mais pequenas podem ser movidas constantemente para fazer com que os utlizadores pensem que há algo maior ali.
Num vídeo, a equipa move um pequeno segmento de parede ao lado de um utilizador enquanto caminha, de modo que sempre que estende a mão, haja uma superfície, dando a impressão distinta de que é uma parede contínua.
Noutro teste, uma mesa maior visível no espaço virtual é simulada movendo uma pequena.
O sistema RoomShift também pode lidar com alguns tipos diferentes de uso de Realidade Virtual. Os jogadores podem caminhar fisicamente pelo espaço em escala de sala ou, se usar o método comum de teletransporte de movimento, os robôs podem reorganizar a sala para combinar com a nova perspectiva do jogador. Por exemplo, se o utilizador teletransportar ao lado de uma cadeira, um robô obediente carregará uma até ele.
Os robôs são programados para se evitarem uns aos outros, aos utilizadores e às pernas dos objetos sob os quais estão a deslizar e foram testados a carregar objetos de até 11,2 quilogramas. Segundo a equipa, os robôs podem trabalhar juntos para levantar objetos mais pesados.
Esta é uma solução inteligente para um problema que já teve algumas soluções alternativas criativas. Perceção háptica é um tema comum, com motores estrondosos, bolsas infláveis ou pinos móveis embalados em botas, luvas, casacos ou outros dispositivos que se pode tocar ou usar.
O RoomShift pode ser perfeito para locais de entretenimento públicos como Zero Latency ou AutronVR. Por enquanto, porém, é apenas um estudo de prova de conceito.
A investigação foi publicada em abril nos Proceedings of the 2020 CHI Conference on Human Factors in Computing Systems