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“Não estamos a salvar o Governo, mas o país”. Ana Catarina Mendes pressiona esquerda para aprovar OE2021

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André Kosters / Lusa

A líder parlamentar do Partido Socialista (PS), Ana Catarina Mendes

A líder parlamentar do Partido Socialista (PS), Ana Catarina Mendes, disse, em entrevista à TSF, que o Orçamento de Estado para 2021 (OE2021) traduz uma “agenda progressista e de esquerda” e que não há razões para não haver um entendimento com os antigos parceiros da ‘geringonça’.

“Temos que ser muito sérios nesta discussão. Não estamos a salvar o Governo, mas o país e o país é feito de pessoas. Não quero acreditar que o caminho dos últimos cinco anos dos portugueses seja interrompido pela pandemia mas também pela ausência de um acordo à esquerda”, afirmou, numa entrevista divulgada esta segunda-feira.

Apelando para que os partidos da geringonça voltem a viabilizar o orçamento, mesmo que as suas reivindicações não sejam totalmente satisfeitas, indicou que o contexto da pandemia exige novas medidas, mas que o caminho é de continuação e não de retrocesso.

“Da mesma maneira como em 2015 o que nos movia era o bem estar dos portugueses e lutar contra a direita e receita da direita, espero que percebam que não é menos difícil hoje do que era em 2015 quando havia muito a fazer. É difícil porque a incerteza do inimigo gera necessidade de novas respostas”, disse.

“Estará o PCP, BE e PEV contra o reforço do SNS, quer em termos financeiros e humanos, contra a aposta rede de cuidados continuados, que é absolutamente fundamental. Estar contra nossa perspetiva de continuarmos a aumentar o SMN, sabendo de antemão que não poderá ser na mesma ordem dos anos anteriores?”, questionou.

Na mesma entrevista, a socialista referiu que o Novo Banco é “um elefante na sala” e um problema que o Governo tem que gerir, frisando, contudo, que “está a ser feito tudo o que é possível, não incumprindo o contrato, para não prejudicar mais os portugueses”. E insistiu: “Merece o país somar à crise económica e social uma crise financeira? E acima disto podemos ter instabilidade política? Não creio”.

“O que aconteceu no Banco Espírito Santo foi criminoso. O que aconteceu com a resolução foi um desastre”, apontou. Quanto à venda, existiam ainda a nacionalização ou resolução, ambas um “desastre”. Agora, existem contratos para cumprir, o que não “exclui que nos possamos indignar com os dinheiros que entram para o Novo Banco”, frisou.

Sobre contar com o PSD para aprovação do OE2021, lembrou as declarações recentes do líder social-democrata Rui Rio, considerando que este continua “igual a si próprio”, com uma postura “ziguezagueante”. Todos os partidos, continuou, devem ter consciência do “momento dramático” e decidir se querem ou não ajudar a ultrapassar a crise.

Em relação ao apelo do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que pressionou o PSD a aprovar o OE2021, considerou que se tratou apenas de uma declaração que manifestou a sua “magistratura de influência” para garantir estabilidade política em Portugal, à semelhança do que tem feito ao longo do seu mandato.

“Julgo que Marcelo Rebelo de Sousa ao longo do seu primeiro mandato foi um fator de estabilidade, para puxar o país para cima e ajudar a vencer a crise. Ao contrário do que a direita dizia, a crise não estava ultrapassada”, sustentou.

Quanto as eleições presidenciais, reiterou a liberdade a nível interno do PS para apoiar os candidatos. “Não são os partidos que escolhem os candidatos”, são as pessoas que têm que ter “vontade própria” para avançar para Belém e depois os membros do partido é que decidem quem apoiam, acrescentou.

ZAP //

3 Comments

  1. Não acreditem em palavras mas em ação/atos, isto é engodo para os peixes que somos nós o Zé Lorpa.
    Eles querem Sempre salvaguardar-se a si mesmos o resto não conta.

  2. Qual salvar o país qual quê?
    Andam é a tentar salvar a própria pele, “tachos” e bem estar deles, familia e amigos!
    Há 46 anos que juntamente com o PSD/CDS andam a enterrar o país e a explorar os portugueses até à medula e agora vêm com esta lenga lenga do salvar o País. Venderam tudo aos estrangeiros, não nos restando nada, nem dignidade, que até já o embaixador americano se mete onde não deveria.
    Têm sorte porque a esquerda caviar do BE e o PCP retrógado e parado no tempo já se habituou ao gosto das migalhas cedidas pelo PS a troco da aprovação de diplomas que visam estrangular ainda mais a Nação e o povo e preferem engolir sapos a ter que deixar tudo fugir para a direita.

  3. Estão a salvar o País!!!!! Meu Deus…presunção e água benta… o PS a salvar Portugal? Como? fazendo-nos ter a maior dívida de sempre, fazendo o desemprego aumentar sem qualquer medida tomada para ajudar quem ficou sem emprego ( não são as medidas tomadas que o farão), tratando a todos como anormais que não entendemos o que eles andam a fazer? A salvar Portugal???? Devem estar mais uma vez a “brincar” com os portugueses. E os partdidos de esquerda adoram fazer-se de maus, para depois fazerem tudo o que o kostinha quer… VERGONHA

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