Francisco Rodrigues dos Santos remete um apoio formal para depois do anúncio de recandidatura, mas sublinhou que a direita “tem um Presidente”.
O presidente do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, disse esta terça-feira compreender a “agitação à esquerda à procura de um candidato” presidencial, mas salientou que a direita “tem um Presidente“.
Numa conferência de imprensa na sede do CDS-PP sobre a disciplina de cidadania e desenvolvimento, o líder democrata-cristão foi questionado sobre os vários anúncios de candidaturas presidenciais à esquerda e sobre o timing da decisão do seu partido.
“Percebo esta agitação à esquerda à procura de um candidato, porque o que é verdade é que a direita não tem um candidato, mas tem um Presidente: Marcelo Rebelo de Sousa foi eleito com o apoio do CDS e do PSD”, afirmou.
Francisco Rodrigues dos Santos reiterou que o CDS aguardará pela “declaração individual” do atual chefe do Estado sobre a sua recandidatura, “se tiver essa intenção”. “Só depois reuniremos os órgãos próprios do partido e deliberaremos no sentido de apoiar ou não a candidatura de Marcelo Rebelo de Sousa.”
Questionado se o tempo apontado pelo atual Presidente da República para falar sobre este tema, o mês de novembro, não poderá ser tardio para os partidos de centro-direita, o líder do CDS-PP lembrou que essa é uma decisão pessoal e não partidária.
“Os timings para uma declaração de candidatura não são definidos pelos partidos, mas pelos candidatos e como a direita tem um presidente aguardará para que ele mesmo tome uma decisão sobre a sua recandidatura”, repetiu.
Esta semana serão apresentadas as candidaturas a Presidente da República da eurodeputada do Bloco de Esquerda, Marisa Matias, na quarta-feira, da antiga eurodeputada socialista, Ana Gomes, na quinta-feira, enquanto o PCP remeteu para sábado o anúncio do nome do candidato do partido.
Disciplina de cidadania facultativa
O líder do CDS anunciou que o partido entregará no parlamento um projeto-lei para que a disciplina de cidadania e desenvolvimento passe a ser facultativa “segundo opção dos pais” para assegurar a “liberdade educativa das famílias”.
Francisco Rodrigues dos Santos disse que o partido irá igualmente insistir na “revisão global dos conteúdos da disciplina”, que defende deverem ser consensualizados com as associações de pais “com base em factos e critérios científicos e não em linhas doutrinárias”.
“Como diria o ex-presidente do CDS Francisco Lucas Pires, não é homem tem de se estadualizar, é o Estado que tem de se humanizar. Nós, CDS, sempre acreditámos nas liberdades de aprender e ensinar (…) A escola tem o propósito de ensinar a pensar, não tem o desígnio de padronizar a estandardizar o pensamento”, defendeu.
O líder do CDS-PP afirmou que o Estado deve “assumir uma posição de neutralidade” em matéria de educação e considerou que “não tem o direito de doutrinar crianças e jovens com base numa ideologia oficial que ele próprio concebeu”.
“É às famílias que cabe o direito de educar as suas crianças e os seus jovens e a escola tem o papel de auxiliar as famílias nessa mesma função”, referiu, apelando a que a disciplina de cidadania e desenvolvimento seja “reenquadrada numa aliança” entre as duas partes.
ZAP // Lusa