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CP abriu investigação interna para apurar situação de assédio sexual

Miguel A. Lopes / Lusa

A CP comunicou, esta terça-feira, que abriu uma investigação interna para apurar os contornos do caso que levou a uma queixa de assédio sexual contra um dos seus revisores. Uma passageira acusa o funcionário de ter feito comentários impróprios sobre a roupa que vestia e o decote do vestido.

A situação ocorreu durante uma viagem num comboio regional com destino a Tomar. Sara Sequeira, de 28 anos, acusa o revisor de ter feito comentários impróprios aquando da cobrança do bilhete – revela o Público. De acordo com o relato da jovem, o trabalhador da CP terá feito piadas sobre os seus seios.

A CP já reagiu e garante que ter tomado medidas. “Comprovada a existência de uma conduta inadequada do Operador de Revisão e Venda a Empresa, (a CP) determinou a instauração de um Processo Disciplinar ao referido trabalhador”, referiu em comunicado. A empresa de transportes disse ainda que “repudia e não se revê neste tipo de comportamento e apresenta as suas desculpas”.

De acordo com o Público, após o incidente, que ocorreu na passada sexta-feira, a passageira fez um vídeo a confrontar o revisor com os comentários que considerou serem “preconceituosos” e “machistas”.

Pelo que é possível apurar no vídeo, o revisor da CP acusa a jovem de “andar a provocar os homens”, e acrescenta que há “normas” para frequentar os transportes. Nas redes sociais, a jovem explicou em que contexto se iniciou a troca de palavras entre os dois.

“Isto aconteceu hoje, na viagem que fazia do Carrascal para Tomar. Ia vestida com um vestido verde. Quando fui abordada pelo revisor que no final de me cobrar o bilhete (que demorou bastante porque estava mais interessado em olhar para o meu peito do que para a máquina) disse o seguinte: “Ainda bem que não está frio ou as mamocas constipavam-se”, desabafou no Instagram.

A jovem explicou que ficou incomodada com a situação inesperada. “Isto foi dito por um homem na sua hora e local de trabalho. Isto não é um comportamento normal em nenhum lado muito menos num sitio onde sou cliente”, escreveu a passageira que acabou depois por fazer queixa contra o trabalhador.

Segundo o Jornal de Notícias, o revisor, que está a ser processado pela CP, é pastor numa igreja. O revisor recusou comentar o incidente.

ZAP //

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