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UGT exige salário mínimo nos 670 euros (e sugere que Governo procure a “muleta do BE”)

Pedro Nunes / Lusa

O secretário-geral da UGT, Carlos Silva

O secretário-geral da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Carlos Silva, exige uma subida nominal de, pelo menos, 35 euros no salário mínimo nacional, tal como estava previsto e independentemente da pandemia.

Em declarações ao Jornal de Negócios, que avança a notícia esta quarta-feira, Carlos Silva, secretário-geral da União Geral dos Trabalhadores (UGT), garantiu que o sindicato não aceitará “nada abaixo dos 670 euros”.

O sindicalista disse que fará mesmo “finca pé” numa subida nominal de, pelo menos, 35 euros, independentemente da pandemia, e não aceitará uma subida inferior à do ano passado.

Na semana passada, o primeiro-ministro António Costa continuou a defender uma subida do salário mínimo, mas avisou qe esta não poderá ter “a dimensão que teve no passado”.

“Isso é austeridade”, reagiu Carlos Silva. “Não estamos minimamente disponíveis para acompanhar o primeiro-ministro”.

Segundo o sindicalista, já ficou provado que “o aumento do salário mínimo não empurra os restantes salários” e, por isso, Carlos Silva defende que não devem ser os trabalhadores a suportar novamente os custos da crise.

A UGT “fará coro com a Fesap na defesa de um aumento de 1% dos salários da função pública”. A CGTP convocou uma ação de luta nacional para 26 de setembro na defesa de aumentos salariais. Isabel Camarinha, secretária-geral da central sindical, voltou a defender o aumento do salário mínimo para 850 euros e a recusar qualquer subida inferior à de 2020.

Carlos Silva sugeriu ainda que o Governo “encontre agora no BE uma muleta para um bom aumento do salário mínimo”.

“Não temos Festas do Avante e não estamos a preparar formas de luta”, disse, mas sem os 35 euros de aumento “não haverá acordo na concertação social”.

A reunião da concertação social está agendada para as 15h desta quarta-feira. Além da subida do salário mínimo, a reunião deverá servir para discutir também a resposta à crise da covid-19. A UGT quer falar sobre o aumento de progressividade dos escalões do IRS e das medidas para facilitar e promover a formação profissional, nomeadamente no que diz respeito à reconversão de trabalhadores.

ZAP //

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