/

Trump aceita nomeação e diz que Biden será o “coveiro da grandeza” dos EUA

Oliver Contreras / EPA

O Presidente dos EUA, Donald J. Trump

O candidato republicano defendeu, esta quinta-feira, no último dia da Convenção Republicana, que as eleições Presidenciais são uma escolha entre “o sonho americano”, protagonizado pelo seu Governo, e um “programa socialista destruidor do precioso destino” dos EUA, liderado pelo rival democrata.

Donald Trump discursou num púlpito montado nos jardins da Casa Branca, diante de uma audiência com cerca de 1500 convidados, cenário que gerou críticas, uma vez que os Presidentes não devem usar a residência oficial ou edifícios públicos para atos de campanha.

No discurso de aceitação da nomeação na Convenção Nacional Republicana, que terminou esta quinta-feira, o Presidente dos Estados Unidos disse que aceita a indicação do seu partido “com o coração cheio de reconhecimento e otimismo sem limites“.

Num discurso que durou mais de uma hora, o chefe de Estado dirigiu fortes ataques ao seu rival democrata, Joe Biden, considerando que este “não é o salvador da alma da América”, mas sim “o destruidor de empregos da América”.

“Se tiver a oportunidade, será o coveiro da grandeza da América“, resumiu Trump, retratando o rival democrata como um extremista de esquerda, quando os analistas políticos o retratam como um moderado.

“Esta eleição vai decidir se protegemos os americanos que cumprem as leis, ou se damos rédea solta aos agitadores anarquistas violentos e aos criminosos que ameaçam os nossos cidadãos. Ninguém estará seguro na América de Joe Biden”, afirmou o republicano, citado pelo jornal Público.

“Se o Partido Democrata quer ficar do lado dos anarquistas, agitadores, desordeiros, saqueadores e queimadores de bandeiras, isso é problema deles, mas eu, como Presidente, recuso-me”, salientou na Casa Branca, onde no exterior decorria uma manifestação antirracista e contra a brutalidade policial.

Ainda assim, o candidato à reeleição garantiu que o sistema de Justiça deve e irá responsabilizar qualquer má conduta policial, mas que não se pode permitir que o país seja governado a partir das ruas e de multidões que não respeitam as leis.

O Presidente raramente incluiu apelos à união e acabou por sublinhar o que o seu vice-presidente, Mike Pence, afirmara no dia anterior: que a violência que eclodiu em várias cidades norte-americanas devido à tensão racial deve ser atribuída aos políticos e autarcas democratas.

Trump, que está atrás de Biden nas sondagens, exibiu uma visão otimista do futuro dos Estados Unidos, prevendo o triunfo sobre a pandemia e prometendo uma vacina ainda este ano. “Vamos reconstruir a economia mais forte da história”, prometeu.

Os EUA enfrentam desafios que vão desde as tensões sociais a uma pandemia que já matou mais de 180 mil e infetou mais de 5,8 milhões de norte-americanos.

Pelosi propõe que Biden recuse debates com Trump

A presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, afirmou que o candidato democrata não deve participar em debates com o rival republicano por serem uma “legitimação” deste.

“Entendo que não deve haver qualquer debate”, disse a democrata, referindo não acreditar que “o Presidente dos EUA se tenha comportado de maneira que alguém consiga associar a verdade, provas, estatísticas, factos“.

Durante a sua conferência de imprensa semanal, Pelosi acrescentou: “Não legitimaria um debate com Trump, nem um debate em termos da Presidência dos EUA”, prevendo que o candidato republicano “provavelmente irá agir abaixo da dignidade da Presidência”.

Para corroborar a sua opinião, Pelosi recordou as “ações vergonhosas” de Trump durante os debates de 2016 com a então candidata pelos democratas, Hillary Clinton.

A congressista progressista referia-se às inúmeras interrupções que a ex-secretária de Estado sofreu durante os debates com Trump. Pelosi asseverou que o republicano não mudou o seu comportamento e previu que vá “subverter o que é suposto os debates serem” com Biden.

A presidente da Câmara dos Representantes contrapôs que cada candidato apareça em cenários diferentes e responda a questões sobre o seu programa em conversa com cidadãos.

Biden já rejeitou a proposta de Pelosi: “Vou debater com Trump. Vou ser o fact checker [designação relativa à tarefa de confirmar afirmações] no cenário, enquanto debato com ele”, afirmou, durante uma entrevista à estação de televisão MSNBC.

Biden, que aceitou fazer três debates com Trump, explicou que lhe recomendaram que não debata com o seu adversário, a menos que alguém esteja a confirmar as palavras deste, dada a sua tendência para dizer mentiras, mas que recusou a recomendação.

“Penso que todas as pessoas sabem que esse homem tem uma tendência patológica a não dizer a verdade”, considerou.

ZAP // Lusa

Siga o ZAP no Whatsapp

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.