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“Piratas” de fundos de cobertura zarpam à boleia da pandemia

Os “piratas” dos fundos de cobertura estão a ressurgir em grande. A volatilidade do mercado causada pela pandemia de covid-19 cria as condições ideais para estes investidores.

Fundos de cobertura, também conhecidos por hedge funds, são fundos de investimento altamente especulativos, que visam rentabilizar ao máximo os capitais que lhes são confiados. Nesta altura de pandemia de covid-19, o mercado está muito volátil, criando as condições perfeitas para este tipo de investidores.

O britânico Hugh Hendry era um dos maiores investidores nesta área. Há três anos, decidiu mudar-se para as Caraíbas e desistir da sua anterior vida. Hendry culpou o enorme estímulo do banco central por sufocar a volatilidade desejada pelos “piratas” do macro investimento global, que visa apostar no destino das nações através de obrigações, moeda e commodities.

“O negócio estava a perder a piada e parecia uma tarefa impossível”, admitiu Hendry, citado pelo OZY.

No entanto, devido à pandemia, a volatilidade que Hendry tanto almejava, está de volta. Os principais fundos de investimento cresceram todos neste primeiro semestre de 2020 e as previsões apontam para que continuem a fazê-lo durante os próximos tempos.

Até Hendry sentiu a necessidade de voltar, apostando no preço do ouro em alta. “Estou de volta ao jogo, mas não tenho desejo nem vontade de administrar dinheiro”, enfatizou o investidor aposentado.

Após um período mais negro para os investidores de hedge funds, o mercado começa agora a ressurgir. Contudo, enquanto alguns suspiram de alívio, outros mostram-se mais céticos em relação à durabilidade deste período.

O ambiente de mercado que tornou a estratégia lucrativa no passado não estava a voltar, alertou Dawn Fitzpatrick, da Soros Fund Management.

“Acho que é incrivelmente difícil argumentar que se tem vantagem informativa num mundo onde todos têm as mesmas informações”, disse também Dave Fishwick, da M&G.

Mais uma vez, Hendry mostra-se reticente. O especialista argumentou que os bancos centrais passaram de “máquinas de volatilidade” a supressores hiperativos da turbulência económica e financeira. “Se a volatilidade continuar a subir, isso levaria a um renascimento”, lamentou. “Se não, então esta é apenas uma breve pausa na morte longa e entediante da macro global”.

ZAP //

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