/

Steve Bannon libertado após pagar caução de cinco milhões de dólares

Andrew Harrer / POOL / EPA

Steve Bannon, principal estratega e conselheiro do Presidente dos EUA Donald Trump

O ex-conselheiro da Casa Branca declarou-se não culpado da acusação de desvio de dinheiro, esta quinta-feira, em declarações no tribunal federal de Manhattan. Foi libertado depois de ter pagado a fiança de cinco milhões de dólares.

Steve Bannon foi detido, esta quinta-feira, sob a acusação de, em colaboração com três outras pessoas, desviar dinheiro de doadores num esquema de arrecadação de fundos para a campanha “Nós Construímos o Muro”.

Além de Bannon, foram também detidos Brian Kolfage, um veterano da guerra no Iraque, que foi quem criou a iniciativa, Andrew Badolato e Timothy Shea, pelo papel desempenhado na suposta fraude.

O juiz determinou uma caução de cinco milhões de dólares para o ex-conselheiro, cerca de 4,2 milhões de euros, dos quais 1,75 milhões em bens. Segundo o jornal Público, Bannon foi libertado, no mesmo dia, depois de pagar parte da fiança.

Todo este fiasco é para travar as pessoas que querem construir o muro”, disse o ex-conselheiro aos jornalistas à saída do tribunal. Bannon está impedido de sair das áreas metropolitanas de Nova Iorque e Washington e não pode viajar em barcos ou aviões privados, acrescenta o diário.

Os procuradores federais alegam que os quatro “orquestraram um esquema para defraudar centenas de milhares de doadores” em ligação com a campanha de crowdfunding que juntou mais de 25 milhões de dólares (20,99 milhões de euros) para construir um muro ao longo da fronteira sul dos Estados Unidos com o México.

Bannon é suspeito de ter desviado um milhão de dólares para proveito pessoal.

A partir da Sala Oval, na Casa Branca, o Presidente norte-americano, Donald Trump, reagiu à acusação de desvio de fundos. “Não tenho tido contacto com ele há muito tempo. Não sei nada sobre esse projeto. Estava convencido de que era algo que não deveria ser feito”.

Esta detenção torna Bannon na mais recente entrada numa longa lista de colaboradores e assessores de Trump que foram acusados na justiça. São os casos do presidente da campanha eleitoral de 2016, Paul Manafort, que foi substituído por Bannon, o seu advogado pessoal de longa data, Michael Cohen, e o antigo assessor de Segurança Nacional, Michael Flynn.

Trump já deixou claro que está disposto a usar o seu quase ilimitado poder de perdão para ajudar os seus aliados com problemas com a justiça, como fez recentemente ao comutar a sentença do seu velho conselheiro, Roger Stone.

Bannon foi detido pela polícia dos correios norte-americanos (U.S. Postal Inspection Service) a bordo de um iate, chamado “Lady May”, que é propriedade de um exilado chinês multimilionário, à venda por 28 milhões de dólares.

Um dos outros acusados, Timothy Shea, possui uma empresa de bebidas energéticas, a Winning Energy. As suas embalagens de bebidas têm uma imagem de Trump vestido de super-herói e com a legenda de conter “as onças de lágrimas liberais”.

Outros membros proeminentes deste grupo, que dizia querer construir um pedaço do muro prometido por Trump na fronteira com o México, são o antigo secretário de Estado do Kansas, Kris Kobach, Erik Prince, fundador da empresa de segurança Blackwater, agora Academi, e irmão da secretária da Educação do Governo de Trump, Betsy Devos, e o antigo congressista republicano Tom Tancredo, do Colorado. Todos estes membros não estão acusados neste processo.

Benjamin Harnwell, que lançou com Bannon um instituto em Itália para formar políticos populistas, considerou a acusação “espúria” e uma evidência de que as “forças da escuridão” não vão parar perante nada para destruir Bannon.

ZAP // Lusa

Siga o ZAP no Whatsapp

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.