Um relatório dos serviços de informações norte-americano revelou que as autoridades de Wuhan – onde foi detetado o primeiro caso de infeção com SARS-CoV-2 – esconderam do governo central chinês informação essencial sobre o verdadeiro perigo do novo coronavírus.
Segundo noticiou o New York Times, citado na quarta-feira pelo Observador, essas informações poderiam ter ajudado num combate mais célere do surto. O jornal norte-americano refere uma fonte anónima com acesso ao relatório, no qual concluiu-se que as autoridades de Wuhan tentaram esconder informação por receio de eventuais represálias.
Neste relatório, ao contrário do que o Presidente dos Estados Unidos (EUA) tem defendido, é revelado que o Presidente chinês, Xi Jinping, não estava, pelo menos ao início, a par de todos os desenvolvimentos sobre o vírus.
Ao New York Times, o investigador Michael Pillsbury, do Hudson Institute, disse que saber se a responsabilidade na propagação do surto foi de Wuhan ou de Pequim “faz uma grande diferença” e tem implicações políticas significativas.
O documento, contudo, acusa o Partido Comunista chinês de ter escondido informação relevante da Organização Mundial de Saúde.
Numa investigação divulgada em junho, a Associated Press revelou que as autoridades chinesas – que em meados de janeiro começaram a aperceber-se das consequências do surto – atrasaram mais de uma semana a publicação do genoma do coronavírus. A 23 de janeiro Xi Jinping ordenou o confinamento de Wuhan.
