Uma investigação da comissão de inteligência e segurança (ISC) do Parlamento britânico – completada em março de 2019 e que agora vai ser publicada – mostra que a Rússia influenciou o resultado dos referendos sobre a independência escocesa, em 2014, e sobre a saída do Reino Unido da União Europeia, em 2016.
De acordo com o jornal britânico The Sunday Times, o relatório da comissão de inteligência e segurança (ISC) do Parlamento britânico mostra que a Rússia tentou interferir no referendo da indepêndencia da Escócia em 2014 e tentou influenciar a política no país nos anos seguintes, estabelecendo um escritório para a agência de notícias Sputnik, em Edimburgo, com apoio estatal.
“Não há dúvida de que existem maus atores ativos no debate escocês, especialmente online“, disse Alyn Smith, porta-voz das Relações Exteriores do Partido Nacionalista Escocês, em declarações ao Sunday Times.
O mesmo relatório mostra que Kremlin interferiu no referendo sobre a saída do Reino Unido da União Europeia. No entanto, a investigação não é conclusiva sobre se a interferência russa teve influência no resultado do referendo, na medida em que é “impossível de quantificar” o impacto no desfecho.
Por outro lado, a proximidade de atores russos ao Partido Conservador e a Boris Johnson permitem aferir que a alegada interferência russa nos dois referendos seria em favor do desfecho que se veio a ter: a manutenção da Escócia no Reino Unido e saída da UE.
A investigação de 18 meses levanta preocupações sobre o relacionamento dos tories e de Boris Johnson com atores russos próximos do Kremlin. O empresário russo Alexander Temerko, que trabalhou para o Ministério da Defesa russo e que várias vezes falou do “amigo” Boris Johnson, doou mais de 1,4 milhões de euros aos conservadores. Já o deputado conservador Mark Pritchard recebeu uma doação de 5.500 euros de uma empresa, Aquind, com ligações a Temerko.
O relatório estava pronto para publicação em março de 2019, mas a queda do Governo de Theresa May, as eleições antecipadas e o reforço da maioria conservadora em Westminster, permitiu ao novo Executivo travar o conhecimento público do documento.
Por seu lado, Andrey Kelin, embaixador da Rússia no Reino Unido, disse, em declarações à emissora britânica BBC, que a Rússia não interfere na política doméstica de outros países. “Não interferimos em nada”, disse. “Não vemos nenhum ponto de interferência, porque, para nós, seja o Partido Conservador ou o Partido Trabalhista a liderar o país, tentaremos estabelecer melhores relações do que agora”.
O relatório surge numa altura em que o secretário de Relações Exteriores Dominic Raab revelou que “atores russos” tentaram influenciar a eleição de 2019. Além disso, o Centro Nacional de Segurança Cibernética (NCSC) do Reino Unido tem 95% de certeza que hackers apoiados pelo Kremlin estão a tentar roubar segredos dos testes de vacinas covid-19 de todo o mundo.
Um pais que não respeita a regras democraticas, que tenta influênciar resultados de eleições, referendos, pratica espionagem sobre laboratórios, sem contar com o resto, mata opositores politicos, seja em solo russo ou no estrangeiro, deveria ser excluido das principais decisões da comunidade internacional e as suas empresas afastadas de todos e quaisquer negócios internacionais, talvez assim respeitassem as regras. E ja agora o mesmo para China .
Nem mais caro Carlos.
Rússia: A máfia do mundo.
Sim, estávamos melhor com a USSR. Eles não podiam andar livremente por aí e eram pobres.
Bom, foram os espertos americanos a ganhar a guerra fria . . . uma vitoria pírrica.
Mas estes já não fazem nada de útil há muito