António Pedro Santos / Lusa
António Costa afastou a ideia de bloco central e tem pela frente, esta semana, uma ronda de negociações sobre o próximo Orçamento do Estado com os partidos à esquerda.
Esta quarta-feira, deu-se o pontapé de saída das negociações para o Orçamento do Estado para 2021, três meses antes da entrega da proposta na Assembleia da República. António Costa recebeu os dois principais parceiros, que outrora protagonizaram a geringonça: o Bloco de Esquerda e o PCP.
O encontro com os bloquistas durou mais de três horas e estiveram presentes a coordenadora Catarina Martins, o líder parlamentar Pedro Filipe Soares e Jorge Costa. Segundo o Público, o teor da reunião não foi revelado, mas no sábado a líder do BE deixou claro que mantém como prioridades a melhoria das condições de trabalho e a revisão da lei laboral.
Na mesma declaração, Catarina Martins sublinhou que foi a rejeição dada pelo PS a essas exigências que impediu a renovação de um acordo formal à esquerda no início da legislatura.
A pandemia de covid-19 acalmou as águas turbulentas que a política vivia até então, mas a navegação em alto mar parece estar de volta: ainda que Costa queira navegar à esquerda, a proximidade ao PSD assusta os antigos parceiros da esquerda.
Já do lado do PCP, marcaram presença na reunião Jerónimo de Sousa, Paula Santos, atual líder parlamentar em substituição de João Oliveira, Jorge Cordeiro e Vasco Cardoso, ambos elementos do secretariado do Comité Central. Recorde-se que Partido Comunista votou contra o Orçamento Suplementar pela primeira vez desde 2015.
A ronda de reuniões continua esta quinta-feira, com o PAN e o PEV.
