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Na Colômbia, a “rebelião dos grisalhos” lutou contra o confinamento e a juíza deu-lhes razão

Mário Cruz / Lusa

Um grupo de ilustres septuagenários, que liderou a iniciativa local da “rebelião dos grisalhos”, na Colômbia, conseguiu uma grande vitória judicial.

Na Colômbia, a “rebelião dos grisalhos” lutou contra o confinamento, exigindo mais tempo na rua e igualdade em relação ao resto da população. Agora, ganhou uma importante batalha: a juíza deu-lhes razão, considerando que o rígido isolamento que o Governo impôs aos idosos é exagerado.

O Governo de Iván Duque decretou que os idosos ficassem em casa até setembro, num conjunto de medidas restritivas que previam um confinamento rigoroso para a população mais idosa. No entanto, segundo o El País, um “grupo de ilustres septuagenários” decidiu não se conformar com as medidas.

O grupo queixou-se de que essa decisão do Governo violava os seus direitos à igualdade, liberdade e ao livre desenvolvimento da personalidade e uma juíza acabou por lhes dar razão, tendo ficado decidido que algumas dessas medidas deixariam de ser aplicadas até que o Tribunal Constitucional defina novas orientações ou a legalidade das mesmas.

A “rebelião dos grisalhos”, liderada pelo ex-ministro Rudolf Hommes, conquistou ainda outros direitos, nomeadamente no que diz respeito ao exercício ao ar livre, às condições de isolamento e algumas garantias sobre as formas de combate aos riscos físicos e mentais.

“Os maiores de 70 anos estavam a ser submetidos a um tratamento discriminatório e exagerado“, disse a juíza, aquando da decisão judicial, na sexta-feira.

O ministro da Saúde da Colômbia discorda, argumentando que as medidas eram razoáveis e assentes em análises científicas que visavam a proteção daquele segmento da população. Segundo valores do início da semana passada, quase 48,9% dos óbitos diziam respeito a maiores de 70 anos.

A Colômbia, com cerca de 50 milhões de habitantes, é o sexto país da América Latina com mais vítimas mortais por covid-19 e o quinto relativamente a casos confirmados. Aquele território já superou as 4.000 vítimas mortais pelo novo coronavírus e regista mais de 120 mil casos confirmados.

ZAP //

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