No mesmo dia em que se registaram 3 infetados na prisão de Carregueira, soube-se que o Diretor-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais enviou um e-mail aos diretores regionais e diretores de prisões de todo o país a avisar que há funcionários a violar as regras de proteção da covid-19.
De acordo com o e-mail enviado pelo Diretor-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais aos diretores regionais e diretores de prisões de todo o país, ao qual o Observador teve acesso, há funcionários a “abrandar as regras de prevenção” da covid-19, a retirarem as máscaras e a não ser repreendidos diretamente.
Segundo o Observador, Rómulo Mateus tem recebido informações sobre “trabalhadores que abrandam as regras de prevenção e retiram a máscara do rosto, no interior dos estabelecimentos” prisionais.
Segundo o responsável, se isso estiver a acontecer, “põe em causa todo o esforço que vimos fazendo há vários meses no sentido de evitar a entrada e a difusão da pandemia no interior das nossas instalações”.
“Não compreendo que um profissional em funções, no interior do estabelecimento, ou no exterior em missão, abrande as regras de prevenção, arriscando adoecer e transformar-se num foco difusor da pandemia”, escreveu, citado pelo Observador. Além disso, disse que menos percebe que “Diretores, Comissários, Chefes, Coordenadores, não reprimam imediatamente atitude tão irresponsável quanto esta”.
Segundo o Observador, Rómulo Mateus pediu que todos os diretores e chefes promovam “vigilância e disciplina cívica para proteção de todos” e que impeçam uso incorreto do equipamento de proteção individual.
O e-mail foi enviado na mesma semana em que surgiram os primeiros casos de infeção dentro de estabelecimentos prisionais. Há três casos de funcionários no Hospital Prisional de Caxias e outros três funcionários do Estabelecimento Prisional da Carregueira.
Em Caxias, foram feitos testes às pessoas que tiveram contactos com os infetados e todos deram negativo. Na Carregueira, foram feitos testes aos trabalhadores em contacto direto com contaminados. Só depois serão feitos testes aos reclusos. As visitas agendadas para esta sexta-feira foram canceladas.
Em declarações à Renascença, Jorge Alves, do Sindicato dos Guardas Prisionais, acusou a direção e chefia do Estabelecimento Prisional da Carregueira de ocultar a situação. “Ocultou o número de infetados e ocultou a infeção no pessoal, porque os testes foram realizados, o resultado terá vindo e, segundo parece – e esta é a preocupação do pessoal – as pessoas estiveram a trabalhar infetadas mesmo depois de ter vindo o resultado”, acusou.
Em abril, o Presidente da República aceitou conceder 14 indultos para libertação extraordinária de reclusos devido à pandemia de covid-19, dirigindo-se a reclusos que cumprem penas de prisão, que têm mais de 65 anos e que são doentes. Foram libertados cerca de 2.000 reclusos.
Coronavírus / Covid-19
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