O Governo quer começar o próximo ano letivo em setembro em regime de ensino presencial em todos os níveis. Para isso, o Ministério da Educação assume estar preparado para contratar mais professores.
De acordo com o semanário Expresso, o Governo pretende que as aulas presenciais para todos os níveis comecem em setembro e a estratégia pode assentar em decisões relacionadas com o tamanho e o desdobramento das turmas – medidas que implicam a contratação de mais professores.
“Sabendo-se que o regime presencial é o que mais minimiza as desigualdades sociais, o próximo ano letivo terá nas estratégias de recuperação das aprendizagens um dos principais pilares”, reconhece o Ministério da Educação, em declarações ao Jornal de Notícias.
Em declarações ao Expresso, o Ministério da Educação assume que, “em caso de necessidade, haverá contratação de mais professores”.
A ausência de referências à Educação nos setores abrangidos pelo Orçamento suplementar deixa para este sector um acréscimo de 400 milhões de euros, mas destinados exclusivamente à escola digital.
Este dinheiro provém de fundos comunitários e faz parte de uma aposta do primeiro-ministro, prevista no Programa de Governo, antes de o surto começar, para a “aceleração do processo de conectividade e de digitalização das escolas”.
Agora, o Ministério da Educação assume que esta necessidade se “adensa” com a pandemia, uma vez que é preciso “assegurar o ensino à distância acessível a todas as famílias e regiões”.
Ao Expresso, o Governo garantiu que o Plano A é “que o próximo ano letivo possa acontecer presencialmente, em todos os níveis de ensino”. Por outro lado, “outros cenários” estão a ser desenhados “para que seja possível dar uma resposta contundente a qualquer realidade que se afigure”.
O especialista João Dias da Silva disse ao JN que as turmas não poderão ter mais de 15 alunos. Já José Eduardo Lemos, presidente do Conselho de Escolas, “sugere reforçar a carga horária em uma hora semanal no ano terminal das disciplinas sujeitas a exame nacional”.
“Absolutamente irresponsável”
Mário Nogueira, secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), é uma das vozes mais críticas do silêncio do Governo quanto às diretrizes para o próximo ano letivo. “As escolas têm de se organizar e é absolutamente irresponsável por parte do Ministério da Educação não estar a discutir com ninguém”, disse Mário Nogueira.
O secretário-geral da Fenprof diz não compreender se os 400 milhões de euros “são para substituir e renovar o parque tecnológico das escolas — e se for isso, é bem — ou para dar computadores a toda a gente, por forma a ter ensino à distância, que fica mais barato”.
Já os diretores de escolas públicas, representados por Filinto Lima, defendem, de acordo com o Expresso, o ensino à distância apenas “para uma situação de emergência, um remedeio”.
Filinto Lima considera “importante que os despachos saiam o mais depressa possível”. Para a Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas, o despacho para a Organização do Ano Letivo terá “de reforçar as horas de crédito para as escolas”, definidas e geridas dentro da sua autonomia para contratar professores que dão apoio aos alunos com mais dificuldades.
De qualquer das formas, ainda que a situação epidemiológica esteja controlada em setembro, o próximo ano letivo não será igual aos outros.
“em caso de necessidade, haverá contratação de mais professores”
Esta foi boa… Não haverá necessidade
As turmas não poderão ter mais de 15 alunos.
Esta ainda foi melhor.
EHEH