Os Estados Unidos e Israel perderam hoje automaticamente o seu direito de voto na UNESCO, após terem falhado o pagamento da contribuição financeira à organização das Nações Unidas, indicou uma fonte da entidade.
“Na lista de países que irão perder o direito de voto vão estar os Estados Unidos e Israel”, afirmou a fonte da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), citada pela agência noticiosa francesa AFP.
Os dois países “não apresentaram hoje de manhã a documentação necessária para evitar a perda do direito de voto”, indicou a mesma fonte, que preferiu o anonimato.
O regulamento interno da organização refere, segundo a agência espanhola EFE, que o país que, sem justificação, não cumprir os pagamentos, perde o seu direito de voto.
Washington e Telavive deixaram de pagar as contribuições financeiras para UNESCO depois de a Palestina ter sido admitida como membro a 31 de outubro de 2011.
Na altura, a Palestina tornou-se no 195.º membro da UNESCO.
O incumprimento dos Estados Unidos provocou uma grave crise financeira no seio da organização, que teve de lidar com uma redução na ordem dos 22 por cento no seu orçamento, passando de 653 para 507 milhões de dólares.
Para enfrentar os constrangimentos orçamentais, cerca de 300 pessoas correm o risco de despedimento. A agência das Nações Unidas integrava, em 2012, 1.200 pessoas na sede em Paris e cerca de 900 em todo o mundo.
Apesar destas dificuldades, a diretora-geral da UNESCO, Irina Bokova, de nacionalidade búlgara, que conseguiu arrecadar cerca de 75 milhões de dólares para enfrentar a crise, foi reeleita em outubro passado.
“A lista de países que vão deixar de ter direito de voto será anunciada provavelmente amanhã [sábado] em sessão plenária”, precisou a mesma fonte.
/Lusa
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