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Inspirados na chita, cientistas desenvolvem o robô macio mais rápido de sempre

Quando pensamos em robôs macios, tendemos a imaginar dispositivos que se movem muito lentamente. O mais recente robô deste tipo é capaz de desafiar a nossa própria imaginação, movendo-se muito mais rapidamente do que os já existentes.

Totalmente inspirada pela biomecânica das chitas, o animal mais rápido do mundo, uma equipa de cientistas desenvolveu um novo robô macio capaz de se mover mais rapidamente, em superfícies sólidas ou na água, do que as gerações anteriores deste tipo de máquina autónoma. Além disso, adianta o portal EurekAlert, este robô consegue agarrar objetos gentilmente e levantar objetos pesados.

“Fomos inspirados pelas chitas a criar um tipo de robô macio que possui uma coluna biestável“, o que significa que o robô possui dois estados estáveis, explicou Jie Yin, da Universidade Estatal da Carolina do Norte e um dos autores do artigo científico, recentemente publicado na Science Advances.

Os cientistas conseguem alternar entre estes dois estados bombeando ar para os canais que revestem o robô de silicone. A troca entre os dois estados liberta uma quantidade significativa de energia “que permite que o robô exerça rapidamente uma força contra o solo, galopando pela superfície”.

Os robôs macios já existentes rastejam no solo como se fossem minhocas, o que limita a sua velocidade. Até agora, os robôs macios mais rápidos moviam-se a 0,8 comprimentos de corpo por segundo, em superfícies planas e sólidas.

Agora, a nova classe de robôs flexíveis, chamada LEAP, consegue atingir velocidades de até 2,7 comprimentos de corpo por segundo, ou seja, três vezes mais rápida do que a geração anterior, a uma frequência de atuação baixa de cerca de 3Hz. Estes robôs “galopantes” têm, aproximadamente, sete centímetros de comprimento e pesam cerca de 45 gramas.

A equipa demonstrou ainda que o design do LEAP poderia melhorar a velocidade de natação dos robôs macios: nos testes, um robô LEAP conseguiu nadar a uma velocidade de 0,78 comprimentos de corpo por segundo, em comparação com 0,7 comprimentos de corpo por segundo no robô de natação anterior.

O trabalho em equipa foi outro detalhe importante da investigação. Os cientistas demonstraram que, juntos, vários robôs flexíveis conseguiam levantar objetos delicados ou com um peso igual ou superior a 10kg, como se fossem uma pinça.

“As potenciais aplicações destes robôs incluem tecnologias de busca e resgate, onde a velocidade é essencial, e a robótica de fabricação industrial”, remata Yin.

ZAP //

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