A agência francesa de medicamentos e produtos de saúde alertou esta sexta-feira que os efeitos colaterais relatados em pacientes covid-19 tratados com o fármaco hidroxicloroquina representam um “sinal de alerta importante” sobre uma “fragilidade particular” no nível cardíaco.
“Os doentes de covid são mais frágeis no nível cardiovascular e, portanto, mais suscetíveis do que as pessoas comuns a ter problemas com medicamentos que são prejudiciais para o coração”, como a hidroxicloroquina, explicou à agência France-Presse Dominique Martin, diretor-geral da Agência Nacional de Segurança de Medicamentos (ANSM) de França.
Este alerta resulta de uma investigação lançada no final de março, que identificou em pouco menos de duas semanas “100 casos de efeitos indesejáveis relacionados com medicamentos usados em pacientes infetados pela covid-19, incluindo 79 casos graves, dos quais quatro casos de morte”.
“A maioria dos casos de efeitos indesejáveis é dividida, pela metade, entre lopinavir/ ritonavir”, um tratamento para o HIV comercializado com o nome de Kaletra, “e hidroxicloroquina”, um derivado da cloroquina, antimalárico normalmente usada contra lúpus e artrite reumatoide, indicou o responsável da agência francesa ANSM.
Para “uma grande parte” dos doentes medicados com estes fármacos, a investigação concluiu que havia um vínculo “plausível” entre o efeito observado e o medicado.
Os efeitos indesejáveis de natureza cardíaca, que são a metade do total, foram objeto de uma análise específica, apurando-se que “quase todos” (43 em 53) foram identificados em pacientes tratados “com hidroxicloroquina, isoladamente ou em combinação (incluindo azitromicina)”, um antibiótico, segundo a investigação da ANSM.
Entre os efeitos destaca-se “distúrbios de condução”, uma anormalidade elétrica visível no eletrocardiograma que pode levar a distúrbios do ritmo cardíaco ou até a morte, verificando sete paragens cardíacas dessa natureza, das quais quatro provocaram a morte.
De acordo com a agência, estes são efeitos secundários “comuns” da hidroxicloroquina, “mas parece que aumentam em doentes de covid”, que geralmente apresentam deficiência de potássio, um elemento essencial na contração dos músculos, especialmente do coração.
Quanto ao medicamento Kaletra, os efeitos indesejáveis são, principalmente, danos no fígado e nos rins. “Esta informação constitui um sinal importante” e reforça a necessidade de limitar o uso destes medicamentos “no hospital, sob rigorosa supervisão médica”, reforçou a ANSM.
Além da investigação da ANSM, um estudo europeu está a testar 4 tratamentos, incluindo a hidroxicoloroquina, em 3.200 pacientes, incluindo 800 casos graves em França. A Organização Mundial da Saúde também deve lançar um grande ensaio clínico internacional.
Na terça-feira, a Sociedade Portuguesa de Reumatologia e a Ordem dos Médicos alertaram que a “prescrição indiscriminada e exagerada” a doentes covid-19 de alguns medicamentos usados na reumatologia pode comprometer a assistência aos doentes reumáticos.
As duas organizações referem-se sobretudo à hidroxicloroquina e à cloroquina, medicamentos validados para casos de malária e que têm estado a ser usados nesta pandemia em doentes internados com covid-19.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 96 mil mortos e infetou quase 1,6 milhões de pessoas em 193 países e territórios.
// Lusa
Coronavírus / Covid-19
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Desculpe me mas no Brasil temos profissionais competentes pra avaliar que remédio podemos ou não podemos consumir, guardem a opinião para o seu pais.
Pois sabemos que todo remédio tem seus efeitos colaterais mas tbm os efeitos benefícos
O quê?!
Isto não é uma “opinião”; é uma advertência da agência francesa do medicamento (ANSM).
E, quem falou no Brasil?
Não deixa de ser uma opinião. Eu fico-me pelo vinho que me tem dado bons resultados.
Hahahahaaa…
Também concordo – o vinho é o néctar dos deuses e a “cura” para boa parte dos males da humanidade!…
“Entre os efeitos destaca-se “distúrbios de condução”, uma anormalidade elétrica visível no eletrocardiograma que pode levar a distúrbios do ritmo cardíaco ou até a morte, verificando sete paragens cardíacas dessa natureza, das quais quatro provocaram a morte.” Evidência, não opinião. Mas, de facto, a conversa não era para a cozinha do Bozo, embora pareça lá ter chegado. O Bozo limita-se a tentar, repito, tentar, copiar o Trump mas este, ao menos, tem interesses económicos na produção da hidroxicloroquina. Já o Bozo tem que importar da Índia, ao que parece.