A demissão do líder do Chega deverá ser feita oficialmente esta semana, mas André Ventura acredita que será reeleito com o apoio das distritais, das regionais e dos militantes.
O líder da distrital do Porto apresentou a demissão na terça-feira, depois de ter perdido a confiança política da estrutura local. No sábado foi a vez de André Ventura, que anunciou a sua própria demissão e convocou eleições, depois das críticas internas de que tem sido alvo, principalmente após a abstenção do Chega na votação sobre a renovação do estado de emergência.
Ainda assim, em declarações ao Expresso, Ventura diz que acredita na sua reeleição e reafirma a intenção de oficializar a demissão ainda antes da Páscoa. “Há vários opositores internos, não vou identificar nenhum. Espero que eles próprios se apresentem com os projetos alternativos que têm e sobretudo que expliquem aos militantes como fariam melhor.”
Diogo Pacheco de Amorim, vice-presidente do Chega, disse ao matutino que “como não têm forma real no partido, mandam uma coisa para aqui e outra para ali. Vêm fazer barulho para o Facebook e depois desaparecem. É uma espécie de febre. Mas na verdade, começaram a comprometer o trabalho do partido há já algum tempo. Daí a importância de clarificar a situação”.
Apesar de as críticas terem vindo de muito lado, não representam uma parte significativa dos militantes, assegura o número 2 de André Ventura. “Já se sabe, basta meia dúzia para fazer barulho. Atuam com base na maledicência, são rebeldes permanentes. O partido cresceu muito rapidamente e quando isso acontece surgem dores de crescimento que podem ser violentas.”
Questionado pelo Expresso sobre se acredita que será reeleito líder do Chega, André Ventura não hesita: “Acredito que serei reeleito com o apoio maioritário das distritais, das regionais e dos militantes.”
O vice-presidente é da mesma opinião, já que não consegue identificar nenhum opositor com ambição para avançar para a liderança.