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“Fora de Jogo” com 47 arguidos. São 26 as transferências sob suspeita

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A operação “Fora de Jogo”, que implicou buscas em várias entidades ligadas ao universo do futebol, levou à constituição de 47 arguidos, revelou a Procuradoria-Geral da República (PGR).

Entre os 47 arguidos (24 pessoas coletivas e 23 pessoas singulares) contam-se “jogadores de futebol, agentes ou intermediários, advogados e dirigentes desportivos”, especificou a Procuradoria-Geral da República.

De acordo com o jornal Record, as SAD do Benfica, FC Porto e Sporting foram constituídas arguidas, assim como os seus presidentes, Luís Filipe Vieira, Pinto da Costa e Frederico Varandas. No caso dos ‘leões’, embora seja Frederico Varandas que está na presidência, as transferências investigadas são relativas ao mandato de Bruno de Carvalho.

Os presidentes do Sporting de Braga, Vitória de Guimarães, Portimonense, Marítimo e Estoril também são visados na investigação. O “super-agente” Jorge Mendes, dono da Gestifute, também consta da lista de arguidos.

A PGR sublinha que “em causa estão suspeitas da prática de factos suscetíveis de integrarem crimes de fraude fiscal qualificada e branqueamento de capitais”.

“No inquérito investigam-se negócios do futebol profissional, efetuados a partir do ano de 2015, e que terão envolvido atuações destinadas a evitar o pagamento das prestações tributárias devidas ao Estado, através da ocultação ou alteração de valores e outros atos inerentes a esses negócios com reflexo na determinação das mesmas prestações”.

No decurso da operação foram realizadas, em 56 locais, 40 buscas domiciliárias e 31 buscas não domiciliárias, designadamente, em diversos clubes de futebol e respetivas sociedades e cinco buscas a escritórios de advogados.

A operação em curso baseia-se num inquérito dirigido pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) do Ministério Público (MP) e numa investigação a cargo da Direção de Serviços de Investigação da Fraude e de Ações Especiais (DSIFAE) da Autoridade Tributária e Aduaneira (AT).

26 transferências investigadas

Ainda de acordo com o Record, há atletas de vários clubes cujas transferências e contratos estão a ser alvo de investigação. No Benfica, estão em causa jogadores e ex-jogadores como André Carrillo, Pizzi, Raúl Jiménez, Júlio César, Ola John, Rafa e Jonas.

No FC Porto, o desportivo refere que estão em causa Jackson Martínez, James Rodríguez, Mangala, Falcão, Maxi Pereira, Evandro, Danilo, Imbula, Casillas, Danilo Pereira, Osvaldo e Hernâni.

No Sporting Bruno César e Tanaka, no Sporting de Braga Dyego Sousa, Fransérgio, Pablo Santos, Eder e Zé Luís.

As SAD do Benfica, FC Porto, Sporting, Sporting de Braga e Vitória de Guimarães confirmaram a realização das buscas, mostrando-se disponíveis para colaborar, assim como o ex-jogador azul-e-branco Iker Casillas, que também viu a sua casa no Porto ser alvo da vistoria da AT.

Esta quarta-feira, no discurso de abertura dos Galardões Cosme Damião, no Campo Pequeno, em Lisboa, o presidente dos encarnados, Luís Filipe Vieira, disse que a atividade financeira do clube “tem sido rigorosamente auditada pelas autoridades competentes”.

“Os lucros e bons resultados financeiros que apresentamos são bom exemplo de uma entidade portuguesa sem buracos e que é bom contribuidor para o país. Uma entidade que prestigia o país e traz riqueza para Portugal”, sublinhou.

Rui Pinto: “Como cidadão fiz simplesmente o meu dever”

Segundo o jornal Público, a ex-eurodeputada Ana Gomes revelou no Twitter uma mensagem que diz ser escrita por Rui Pinto, pirata informático responsável pela divulgação dos documentos que levaram a estas investigações.

“O Luanda Leaks é o exemplo mais recente de que os denunciantes e o jornalismo de investigação são essenciais para a nossa democracia. Durante anos, e apesar dos constantes alertas de que Portugal se tornara numa plataforma de lavagem de dinheiro da cleptocracia angolana, as autoridades judiciárias e de regulação nada fizeram”, lê-se na mensagem divulgada na rede social.

Como cidadão fiz simplesmente o meu dever ao ajudar a expor este e outros crimes, e mesmo sabendo de antemão da primitiva perseguição de que os denunciantes em Portugal, voltaria a fazê-lo”.

Rui Pinto encontra-se em prisão preventiva desde março do ano passado e aguarda o início do julgamento por 93 crimes de acesso ilegítimo, acesso indevido, violação de correspondência, sabotagem informática e tentativa de extorsão.

ZAP // Lusa

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6 Comments

  1. E andam as Finanças preocupadas e atrás de quem trabalha? Vejam é essas grandes compras e vendas, esses têm melhor por onde pagar.

  2. Pois,no Luanda Leaks agiu como deveria ter agido em relação à Doyen , SCP, SLB e FCP… Dos 3 gds só lhe “cheirou” divulgar e-mails descontextualizados a pessoas do seu interesse e do seu clube!? HIPÓCRITA

  3. Era prendê-los a todos. Não fazem cá falta nenhuma. Acho mesmo que os noticiários não deveriam dar tanto destaque à bola.

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