Catarina Martins diz que Carlos Costa “não tem condições” para ser governador

António Pedro Santos / Lusa

A coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins

Catarina Martins, líder do Bloco de Esquerda, disparou contra aqueles que considera serem “cúmplices” do “assalto ao povo angolano”.

Tanto a Justiça como o Governo português têm de agir, considera o Bloco de Esquerda, na sequência das notícias sobre o caso Luanda Leaks.

Segundo o Expresso, para Catarina Martins, os próximos passos passam por Portugal, onde os responsáveis e “cúmplices” no esquema de ocultação de dinheiro de Isabel dos Santos devem ser levados à Justiça ou, como é o caso do governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, perder cargos que “não têm condições” para exercer.

“A justiça angolana está a atuar bem e a justiça portuguesa também tem de atuar. [O assalto] foi feito com crime económico, gravíssimo, em Portugal e é preciso que haja responsáveis trazidos à justiça”, disse Catarina Martins, acrescentando que “o Governo português deve fazer a sua parte, porque os interesses de Isabel dos Santos em empresas importantes da indústria, finança ou energia em Portugal põem as empresas em dificuldades”.

“Isabel dos Santos não fez o assalto sozinha. Os cúmplices em Portugal foram a elite do poder político e económico”, declarou esta segunda-feira a líder bloquista, que não teve medo de apontar nomes: “são parceiros de negócio” os grupos Sonae, Amorim ou BPI, mas também houve “responsáveis políticos” e “representantes dos Governos PS e PSD” que “saltaram entre o Governo e os interesses da família em Angola”, como Martins da Cruz, Mira Amaral, Teixeira dos Santos ou Durão Barroso.

Em relação à forma como o dinheiro passou por Portugal, Catarina Martins apontou responsabilidades a Carlos Costa. “Não sei quantas vezes o BE já disse que o governador do Banco de Portugal não tem condições para estar à frente do Banco de Portugal. Posso dizer mais uma vez. Só está espantado quem quis fechar os olhos.”