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Médicos exigem botão de pânico nos gabinetes para impedir violência

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O bastonário da Ordem dos Médicos relembra a importância da instalação dos botões de pânico nos gabinetes dos médicos e que a violência seja vista como um crime público.

A Ordem dos Médicos (OM) vai exigir ao Ministério da Saúde que instale botões de pânico nos gabinetes dos hospitais e dos centros de saúde para evitar situações de violência contra estes profissionais de saúde, avança o Correio da Manhã este sábado.

Em declarações ao jornal, o bastonário da OM, Miguel Guimarães, disse acreditar que, com esta medida, “as agressões irão diminuir porque as pessoas vão pensar duas vezes antes de agredirem”.

Para o representante dos médicos, é também “fulcral” que a violência contra os profissionais seja vista como um crime público. “O utente pode não estar de acordo com uma determinada situação e reclamar, mas não pode agredir”, declara.

A sugestão da Ordem dos Médicos surge depois de uma médica ter sido atacada por uma utente no serviço de urgência do Hospital de São Bernardo, em Setúbal. A agressora entrou no gabinete, puxou os cabelos da médica e enfiou-lhe um dedo no olho.

A profissional de saúde teve de ser transferida para Lisboa, onde foi sujeita a uma pequena cirurgia no Hospital de São José. A utente, por sua vez, foi identificada pela PSP, mas acabou por ser libertada.

Dias depois, um casal de médicos foi atacado no mesmo hospital por um sexagenário que terá sequestrado ambos no interior do gabinete, onde os agrediu com cadeiras e uma mesa. O médico terá entrado num confronto físico com o paciente e foi necessário que um agente da PSP arrombasse a porta para forçar a entrada e travar a agressão.

No mesmo dia, um médico foi agredido no Centro de Saúde de Moscavide, em Loures, depois de ter recusado passar baixa a um paciente de 20 anos.

De acordo com dados fornecidos pelo Sindicato Independente dos Médicos ao jornal, foram registados 5000 casos de violência contra médicos entre 2013 e 30 de junho de 2019.

Os botões de pânico foram uma medida que já tinha sido anunciada pelo Governo, em maio de 2019, mas que acabou por ser implementada apenas de forma experimental no concelho da Amadora.

Segundo o Jornal de Notícias, uma mulher tentou agredir uma médica no Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca, na Amadora, esta quinta-feira, e terá sido este botão de pânico que impediu o ataque.

Fonte do Amadora-Sintra confirmou ao diário que “este sistema já provou ser eficaz e veio dar mais segurança e confiança aos profissionais, que atendem uma população onde há graves problemas socioeconómicos; e serve de dissuasor para os potenciais agressores”.

ZAP //

17 Comments

  1. Não será um pouco obtusa esta ideia ? Já agora que estamos em tempos de ideias revolucionárias, porque não criar um botão para os professores, para os condutores de autocarros, para os taxistas, lojistas, enfermeiros, e todas as profissões que impliquem contacto com o público ? Criaríamos assim uma nova profissão – controladores da boa conduta (neste caso má conduta). Porque não RESPONSABILIZAR as pessoas por condutas violentas ou que coloquem em perigo os seus semelhantes ?
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  2. É no mínimo, uma medida necessária nos tempos que correm !..sendo esta válida para todas as áreas profissionais, susceptíveis de conflitos por parte do publico. Por outro lado, exige-se igualmente, por parte das tutelas, criarem melhores condições em termos de quantidade e qualidade dos profissionais nesses sectores !

  3. Ideia peregrina …de facto. Não deixo de repudiar essa forma de violência gratuita e sem sentido. Quem apresenta a ideia é a ordem dos médicos. Não será a mesma Ordem que deixa processos de más práticas meses e meses (vide anos) na gaveta á espera que “a poeira passe” e continuem todos a dar palmadinhas nas costas uns dos outros. Quem nos protege deles ? Da prepotência ? Da má índole laboral ? Não basta parecer …. É preciso ser

  4. Se calhar a resolução do problema passa por Portugal ter mais médicos e deste modo responder em tempo útil às necessidades de toda a população. E com mais médicos seria igualmente possível reduzir os horários dos atuais médicos, tudo isto contribuindo para diminuir o nível de stress de todos os intervenientes.
    Mas parece-me que, à boa maneira Portuguesa, isto vai resolver-se apenas com o endurecimento da legislação que regulamenta estas situações de abuso e provavelmente um botão.
    Em síntese, somos, e deste modo continuaremos a ser, apenas um país de m$%&#

    • Experimente viver num pais sem SNS, depois se calhar chega à conclusão que o país não é assim tão mau.
      Explique também como é que mais médicos impediriam as pessoas de ir para as urgências em situações nas quais o centro de saúde seria muito mais apropriado?
      Já agora explique também como é que mais médicos vão impedir agressões devido à recusa em atribuir baixas injustificadas?
      Dito isto, concordo consigo em duas coisas: 1) seria de facto importante termos mais médicos, e com melhores condições – embora isso por si só não resolvesse a violência nas situações que referi; 2) seria também importante o endurecimento da legislação que regulamenta estas situações de abuso. Não me parece que botões resolvam o que quer que seja.

  5. Sou utente e também vou exigir um botão do pânico para mim e para todos nós! e já agora mais um para gravar as consultas lol assim evita-se muita coisa de ambas as partes.

  6. Hoje vi num dos noticiários os comentários da médica que foi agredida com o puxão de cabelo e umas boas bofetadas na cara e, sinceramente ainda que devamos condenar este tipo de violência gratuita, face à sua descrição dos factos pelo menos 2 ou 3 bofetdas na cara merecia e bem…

    Ser mediço tem muito que se lhe diga e um diploma não é tudo… para a profissão deve-se ter vocação e deve-se saber lidar com os doentes mas, face a algumas situações, à médicos que só tem mesmo um canudo faltando tudo o resto…

    Espero que episódios destes não se repitam mas também espero que sirvam de exemplo para os médicos para que ao lidarem com os doentes os tratem como doentes dando-lhes a necessária atenção…
    E em todas as profissões à bons e maus profissionais e, quem sabe, não sejam estes médicos agredidos, aquelas maus profissionais que todos muito bem dispensávamos mas que a Ordem “cegamente e incondicionalmente” defende… e são muitos, mesmo muitos, os casos de más praticas clinicas mas contam-se pelos dedos os médicos condenados pela Ordem dos Médicos

  7. Isto é uma país de intelectuais supremos!!!…
    Promovem, através de vários mecanismos (que nem vale apena aqui falar, senão seria um testamento) ambientes degradantes ao fugirem ao seu dever de garantir um serviço de saúde minimamente aceitável, e é natural que as pessoas desesperem e acabem por reagirem de forma indevida!… Mas além de as pessoas tomarem medidas inadequadas perante o desespero de falta de condições para as socorrerem, elas também só as estão a tomar, e cada vez mais irão tomar, porque há uma outro sistema a falhar já há uns anos, e começa-se a reflectir…. Que é terem criado as condições adequadas no sistema educativo para não se poder ensinar nem educar!… Digo-o com conhecimento de causa!… Mais uma obrigação a que tém vindo a “fugir” e a lodibriar! O que interessa são as estatísticas!… Por isso, os resultados em termos de seres humanos são os que estão à vista!… Mas ainda vão agravar mais!… Quando a geração mal educada actual, passar a ser os encarregados de educação da próxima geração!…
    Mas, após vários anos de “desinvestimento” e de “destruição” destes sistemas implementados pelos impostos do seu povo (e que são precisamente para isso) têm a brilhante ideia de um botão de pânico!…. Isto também para não falar na “destruição” do sistema de segurança público!…
    Ou seja, tem-se vindo a desenvolver acções que promovem a deseducação, a violência, e a falta de segurança!…
    Mas isso resolve-se bem!…
    Com um botão de pânico!… Já o deviam ter implementado há uns anos atrás no sistema educativo!… Pois foi aí que começaram as primeiras “violências” por icentivo do ministério da educação!… E iriam ver que não é solução para tantas asneiras que têm vindo a fazer!!!!…

  8. tem razão o ensino está mesmo mal, os alunos que são abusados pelos professores deveriam ter um para se proteger, o que faz falta é bons profissionais e, e não é ao diminuir o horario que isso vai mudar, la fora muitos tem 40 horas de trabalho e não a o que se passa em Portugal. não temos bons profissionais é isso o problema e a culpa não é do governo, vasta ir a um hospital e ver o que se passa, um caso que aconteceu em Braga, estive desde as 18 até as 3 da manhã nas urgensias, quando fui atendido pelo o medico, mostrei meu descontentamento e ele respondeu somos 4 medicos de serviço, mas só a mim chamaram, onde estavam os outros 3? pois o problema de um medico é trabalhar em varios lugares, a noite é para dormir e de dia é para ir trabalhar no privado, mas isso é tanto os medicos como enfermeiros, em Portugal a trabalhadores de primeira e outros de segunda, isso sim tem que acabar, o governo não tem culpa dos maus profissionais que existe em Portugal..

    • É o “ensino está mesmo mal” ou és tu que estas tão mal que nem sequer tens capacidade para escrever minimamente em Português?
      O hospital de Braga é (era) gerido por uma empresa privada e o resultado está à vista!!

    • Maus profissionais também os há!…. Não discordo com isso. Em qualquer lado: seja no sector público, seja no sector privado. E deveria existir um sistema mais eficaz para corrigir isso. A questão é que os bons profissionais cada vez mais têm menos condições para serem bons profissionais, por andarem enredados em processos burocráticos, por serem pressionados verbalmente e em efeitos práticos andarem sobrecarregados na realização de processos miraculosos (e que tomam tempo (e bastante tempo!… Que não está contabilizado nessas horas a que se refere) e desencorajam quem quer desempenhar o seu papel de forma digna/justa e não a andar a fazer de contas) que fazem com que alunos que não querem saber da escola para nada, passem mesmo sem irem às aulas!… (e aí ainda entra a sensação de injustiça por parte dos alunos interessados!… E com razão!… Pois esses processos miraculosos ainda fazem com que as faltas passem burocraticamente a zero, desaparecem!… E os alunos interessados, com faltas de terem estado doentes, não desaparecem!…)

      Nesta sobrecarga burocrática e emocional (pois é fazer do profissional um burro, que sabe perfeitamente que não se chega a bons resultados assim, mas que o tém de o fazer, porque são as ordens do “patrão”) que deixa de ter tempo e disponibilidade mental para poder ensinar quem quer!…. À custa de quem não quer!… Medidas de combate a isto?! Nenhumas!… Facilitismo!….

      Um indivíduo que por exemplo agrida fisicamente um professor, e que tenha uma suspensão de uma semana (o que para isso, é preciso relatórios e mais relatórios, participações por escrito de ocorrências, reincidências, e afins) não pode ter faltas durante essa semana!… Porque é uma dupla penalização! Pois já está a ser penalizado por não poder assistir às aulas!…. Mas esse tipo de indivíduo só vai às aulas para destabilizar os outros e o processo de ensino/aprendizagem!… Não está minimamente interessado na matéria!…. Ou seja!… O “menino” vai de férias para casa!…. Uma semaninha!… É as consequências que tem, por ter andado “N” tempo a criar várias situações de sua revolta, porque não quer andar na escola!…. Mas é obrigado!… Também é compreensível, claro!… Andar num sistema que não lhe diz nada, e até que o afronta! É natural que reaja mal. Mas!…

      O que interessa são as estatísticas!… Um povo maioritariamente culto estatisticamente!… Mas que na realidade só vê os casos pontuais, e no imediato! Não conseguem ver para além do óbvio!… Dá jeito às “forças governativas”…
      E assim se vai andando neste país!… E os bons profissionais a terem de compactuar com isso, uns acabam por se tornar maus profissionais “à força”, por questões de sobrevivência! Outros, acabam por “endoidecer”!… Depressões e afins!… Outros desistem da profissão!…. Isto é a realidade em geral…. Não casos pontuais!….
      Há uma promoção de condições a que não se tenha verdadeiros resultados!… Educação!… Impossível de a dar…. Transmissão de conhecimentos!… Muito difícil de o fazer (por falta de tempo, por se andar enredado em burocracias, quer mesmo que se continue a tentar em casa, ao extremo de não se ter tempo para a família (horas que não são contabilizadas, nem sequer sonhadas pela maior parte de quem não está no sistema), além de que num ambiente onde não há forma de educar, dificilmente se conseguirá passar informação/conteúdos… Como tal!…. Condições para o flagelo!….
      Além disso! Como se não bastasse, o “estado” cria condições para as pessoas andarem engalfinhadas umas contra as outras (do sector publico com o sector privado e vice versa), para andarem distraídas, e não verem o que realmente deveriam ver.
      Isto é um pequeno exemplo de um sector que conheço melhor, mas as condições/soluções que o “governo” (e note-se que não estou a ser partidário – tem sido ao longo dos vários governos, é uma constante) vai impondo quer no sector publico quer no sistema privado, é no sentido de degradação!… Degradação do nível de vida das pessoas e da própria sociedade!….
      É que, aparentemente, e contrariamente ao que era suposto, o governo não serve para governar o seu povo, mas sim para se governar….

  9. mas mausa profissionais se vê muito é no publico e isso nada tem haver com o governo nem as condições, mas sim nas pessoas, quantas vezes estamos na fila e estão a falar uns com os outros de coisas que nada tem haver com o trabalho? ou a jogar no computador de trabalho? então o computador não serve para trabalhar mas sim para jogar? ou quando vamos na rua é vemos 5 trabalhadores, é um ou 2 só a trabalhar? policia municipal todos no quentinho em vez de estar na rua a fazer seu trabalho e não são 635 por mês que vai para casa, se podia falar de mais, mas fico por aí, temos é maus profissionais é sim o problema, quantas greves ouve do privado? no privado a castigo pesado, coisa que no publico não

    • Sim, também presenciei muitos casos desses, tem razão, não digo que não exista… Embora já não seja tão habitual como antes. Mas acredite que em termos de serviços públicos ao nível do sector da educação está a degradar muito, pelas más decisões políticas…
      quanto às greves, talvez nem todas sejam tão justas como deveriam ser. Mas eu sou a favor das mesmas, quando há determinadas injustiças, quer de falta de cumprimento por parte de entidade patronal a meio do “campionato”, quer quando colocam em causa a própria subsistência dos trabalhares, quer seja do privado, quer seja do público, isto claro, depois de ter havido diálogo e consenso entre ambas as partes.

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