A investigação britânica ao desaparecimento de Madeleine McCann vai entrar numa “fase de atividade substancial nas próximas semanas” em Portugal, a qual a polícia receia que seja perturbada devido ao interesse mediático.
“Nas próximas semanas vamos entrar numa fase de atividade substancial no terreno”, adiantou em Londres o comissário adjunto da Polícia Metropolitana, Marc Rowley, ao mesmo tempo que tentou moderar as expectativas quanto a um possível grande desenvolvimento.
“Esta é uma fase de atividade normal em qualquer grande investigação. Queremos investigar todas as hipóteses credíveis, mas não quer dizer que tenhamos todas as respostas pretendidas”, vincou.
Rowley reiterou o desejo de testar “várias linhas de investigação”, mas não avançou detalhes sobre o tipo de diligências que serão feitas e deixou entender que o número de agentes britânicos a deslocar para o Algarve ainda está em discussão.
PJ funciona de “forma diferente”
A imprensa britânica noticiou no início do mês a intenção da Scotland Yard de enviar especialistas forenses e usar radares de penetração no solo e fazer escavações, bem como o desejo de interrogar várias pessoas, mas a polícia britânica não comentou.
As diligências foram discriminadas em três cartas rogatórias, enviadas para a Procuradoria-Geral da República em Portugal entre outubro e fevereiro.
Marc Rowley manifestou “compreensão” pelo interesse mediático no caso, mas pediu contenção para evitar “cenas caóticas” de repórteres de imagem e jornalistas seguirem os agentes em Portugal ou publicarem antecipadamente notícias de diligências.
O comissário adjunto enfatizou que a operação em Portugal é “conduzida pela polícia portuguesa” e que a Polícia Judiciária pediu aos homólogos britânicos que deixem de informar os jornalistas sobre a evolução da investigação.
“Nenhum de nós quer que a investigação seja perturbada por dicas antecipadas ou notícias prejudiciais que atrapalhem”, justificou.
Marc Rowley admitiu que, “se fosse no Reino Unido, o ritmo de investigação não seria tão restritivo”, mas manifestou compreensão pela exigência das autoridades portuguesas.
“Sei que é frustrante, mas é uma forma diferente de funcionar. O processo legal tem sido desafiante, mas o facto de estarmos a avançar mostra que a relação está a funcionar”, disse.
Madeleine McCann desapareceu poucos dias antes de fazer quatro anos, a 3 de maio de 2007, do quarto onde dormia juntamente com os dois irmãos gémeos, mais novos, num apartamento de um aldeamento turístico na Praia da Luz, no Algarve.
/Lusa
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