Donald Trump foi acusado de intimidar Marie Yovanovitch, a testemunha principal daquele que foi o segundo dia de audiências do processo de Impeachment ao presidente norte-americano.
Esta sexta-feira marcou o segundo dia do Impeachment do presidente norte-americano Donald Trump. A audição no congresso, que contou com a testemunha Marie Yovanovitch, ex-embaixadora na Ucrânia afastada por Trump, acabou por não ser o centro das atenções. Fora de “campo”, Trump ia reagindo no Twitter e foi acusado de intimidação da testemunha.
“Onde quer que a Marie Yovanovitch vá as coisas correm mal. Ela começou na Somália e como é que isso ficou? Depois avancem para a Ucrânia, onde o novo Presidente ucraniano me disse mal dela no segundo telefonema que tivemos”, começou por escrever Trump no Twitter.
O presidente do Comité, o democrata Adam Schiff, tomou atenção aos tweets que iam sendo publicados e confrontou Yovanovitch com eles. Em resposta, a antiga embaixadora disse que não tinha o poder necessário para fazer com que as coisas corressem mal noutros países.
Schiff realçou ainda que estes tweets de Trump poderão ser considerados como uma forma de intimidação da testemunha. “Quero que saiba, embaixadora, que alguns de nós aqui consideram a intimidação de testemunhas um assunto muito sério“, disse, citado pelo DN. Por sua vez, Yovanovitch disse que o ataque do presidente norte-americano nas redes sociais é “muito intimidador”.
“Pessoas inocentes não fazem isto”, disse Eric Swalwell, democrata e membro da Comissão de Serviços Secretos. Swalwell realçou que o ataque de Trump pode até integrar a acusação no processo de destituição do presidente.
Em defesa de Trump, o deputado republicano Jim Jordan explica que o tweet não teve influência nas declarações de Yovanovitch, já que a ex-embaixadora só teve conhecimento durante a audição no Congresso, quando Schiff lhe disse.
Yovanovitch garante estar a ser alvo de uma campanha para a descredibilizar e disse que Trump contou com a ajuda dos ucranianos, contratados pelo seu advogado Rudolph Giuliani, na campanha difamatória que referiu.
Durante a audição, o republicano Devin Nunes leu um memorando divulgado pela Casa Branca, que resume a primeira conversa telefónica entre Trump e o presidente ucraniano. Na sua perspetiva, o memorando mostra que Donald Trump não fez nada de errado e nunca quis pressionar Zelensky para investigar a família Biden.
Devin Nunes deixou ainda duras críticas a Marie Yovanovitch, pela sua “performance”. “Esteve lá em baixo nas salas dos depoimentos secretos, foi aprovada. E quero felicitá-la pela sua performance hoje também”, atirou.
Além disso, garante que a antiga embaixadora não foi uma testemunha direta dos alegados crimes de Trump. “Não tenho a certeza do que faz a embaixadora aqui hoje”, disse Nunes, citado pelo Observador.