A mãe do bebé abandonado num caixote do lixo foi ouvida, esta sexta-feira, no Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa, e ficou em prisão preventiva. A arguida de 22 anos está indiciada da prática de homicídio qualificado, na forma tentada.
Segundo a PJ, a mãe do recém-nascido agiu sozinha e nunca revelou a gravidez a ninguém, vivendo numa situação “muito precária na via pública”.
Paulo Rebelo, chefe da Diretoria de Lisboa e Vale do Tejo, explicou que a mulher, de 22 anos, não resistiu à detenção e estava consciente, sem perturbações mentais, não apresentando também sinais de consumo de drogas.
A jovem, detida esta sexta-feira, foi ouvida no Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa, tendo sido decretada a medida de coação de prisão preventiva. A arguida está indiciada da prática de homicídio qualificado, na forma tentada.
Segundo o Expresso, a mulher vivia numa tenda na zona de Santa Apolónia, onde vivem cerca de 20 a 30 pessoas, mas nunca foi vista pelas equipas de apoio aos sem-abrigo.
“Não havia qualquer registo de uma mulher grávida a pernoitar ali. Nunca foi vista nem estava referenciada”, diz Américo Nave ao semanário, diretor executivo da Associação Crescer, que coordena a intervenção psicossocial naquela zona de Lisboa.
Também em declarações ao Público, Nuno Jardim, da associação CASA, diz que não tinham conhecimento da gravidez desta mulher e que, por isso, não acionaram os serviços, como os Médicos do Mundo, que intervêm no local.
Ao jornal, fonte oficial dos Médicos do Mundo garantiu que também não tinham a confirmação de que alguma mulher daquela zona estivesse grávida, porque ninguém procurou a sua assistência.
Segundo o Correio da Manhã, os sem-abrigo da zona nunca se aperceberam de que a mulher estava grávida, uma vez que esta justificava a barriga saliente e os enjoos com “má-disposição” e com problemas intestinais.
Entretanto, a Embaixada de Cabo Verde em Portugal anunciou que vai fazer diligências para “recolher mais informações” e prestar todo o apoio necessário à jovem.
Na mesma nota, a embaixada explica que situações desta natureza estão associadas a “casos de profundo desespero, de grande perturbação ou de desequilíbrios emocionais muito fortes”. “Nestas situações mostra-se sempre mais avisado compreender para ponderar as ações adequadas do que condenar à partida, no pressuposto de crueldade intencional”, frisa, considerando que as palavras de Marcelo Rebelo de Sousa foram “sensatas e de um profundo humanismo”.
A presidente do Instituto de Apoio à Criança (IAC), Dulce Rocha, também já defendeu que a jovem expôs o bebé ao abandono, mas sem querer matá-lo. “Esta mãe está muito sozinha, muito desesperada, sem apoio familiar, senão não tinha praticado o que praticou”.
A magistrada entende que “não há indícios”, como lesões ou sinais de asfixia, que apontem para tentativa de homicídio e, por isso, considera que o crime em causa é “exposição ao abandono” e não tentativa de homicídio.
De acordo com a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), o recém-nascido não deverá ser entregue a nenhuma instituição, mas antes a uma família de acolhimento que ficará com ele temporariamente até se decidir o projeto de vida da criança: o encaminhamento para a adoção ou a entrega a familiares que comprovadamente tenham condições e interesse em ficar com o bebé.
O Diário de Notícias escreve que, segundo o último balanço dos médicos que acompanham o bebé na Unidade de Cuidados Neonatais da Maternidade Alfredo da Costa, este encontra-se estável, a recuperar e poderá ter alta nos próximos dias.
Relativamente ao sem-abrigo que encontrou esta criança, um homem de 44 anos, sabe-se que já terá encontrado um teto para viver. Segundo o Correio da Manhã, foi um cidadão de Cascais que se prestou a oferecer-lhe uma casa, que estava abandonada há cerca de dois anos, mas que vai agora ser reconstruída.
ZAP // Lusa
Aqui mais que condenar com prisão esta jovem haverá que tentar recuperá-la o que não será também certamente em liberdade pois pelos vistos deve ser rebelde quanto baste para se recusar a tal, baseando-me na vida que levava na acção e na forma como a praticou.
Alguém me consegue explicar o que fazem as assistentes sociais na Segurança Social e nas Autarquias?!
Nunca percebi ao certo. Vejo muita gente necessitada, vejo muita gente que até poderia beneficiar de muitos apoios sociais e não vejo esta gente próxima de quem realmente precisa.
Será que muitas destas pessoas, sobretudo nas autarquias, não estão lá apenas porque são amigos, familiares ou membros do partido dos senhores presidentes?
“Exposição ao abandono ????”………….. Faltou poucas horas ou minutos para a morte do recém nascido. Basta de (paninhos quentes) com esta jovem progenitora que de Mãe nada tem. Pode-se estar nas piores condições, mas existem recursos a Hospitais Públicos que a receberiam sem qualquer duvida para realizar o parto. Terá agora todo o apoio durante a reclusão preventiva, tanto material como psicológico. Fico realmente perplexo com certas opiniões que a tornam “vitima” e o recém nascido num caso secundário !
Se fosse um homem, chamavam-lhe um “monstro”. E justamente, devo acrescentar.
Mas, como é mulher, é uma “pobre vítima”, que “precisa de ajuda”.
Agora só falta mandarem prender o bebé, por causar “desequilíbrios emocionais” à pobre senhora.
Não entendo como uma mãe pode abandonar assim um filho…ainda por cima recém-nascido!! Se não queria ter o menino ia a um hospital e pedia ajuda para abortar. Esta mulher é um monstro!!! Devia ser esterilizada para que nunca mais pudesse deixar vir ao mundo uma criança inocente.
Agora vai para a prisa, ‘casa, comida e roupa lavada’ e não fazer nenhum á custa daqueles que trabalham e que cuidam dos filhos deles (sabe Deus ás vezes em que condições). E o que será daquele menino? Como irá reagir quando souber como veio a este mundo????? Essa gaja merecia era que lhe fizessem o mesmo: pô-la no caixote do lixo nua!!!