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Nuno Melo avança com moção de estratégia global. “Eleitores não querem marcas brancas”

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José Sena Goulão / Lusa

Nuno Melo

A três dias em que será eleito o sucessor de Assunção Cristas, um grupo de dirigentes, autarcas e ex-deputados da velha guarda decidiram avançar com uma moção de estratégia global para o CDS.

“Os eleitores não querem marcas brancas, querem marcas registadas. Não querem coisas desnatadas.” Segundo Nuno Melo, o objetivo da moção é defender a matriz “conservadora” do partido, sem excluir que esta tomada de posição acabe por tomar a forma de uma candidatura em congresso.

O Expresso avança este sábado que, entre os subscritores, encontram-se vários pesos-pesados do CDS, como Nuno Melo e Telmo Correia, os ex-deputados Hélder Amaral, João Rebelo e Álvaro Castello-Branco ou o presidente do CDS Madeira, Rui Barreto. Destes nomes, tanto Nuno Melo como Telmo Correia já vieram declarar indisponibilidade para entrarem na corrida à sucessão de Cristas.

Ainda assim, isto não inviabiliza que a moção possa abrir espaço para que surja um candidato nesta área. A moção “tanto pode resultar em nada como em alguma coisa”, admite Melo, em declarações ao semanário.

A ideia-base para o documento estratégico passa por “refletir sobre o papel da direita em Portugal, no século XXI, partindo de uma perspetiva conservadora”, a matriz que poderia estar a diluir-se e que os subscritores da moção querem defender a todo o custo.

Sou do CDS por causa desta perspetiva conservadora. E o CDS precisa de marcas identitárias”, sustenta Nuno Melo. Daí o partido não poder transformar-se numa “marca branca”, um argumento muito semelhante aos que têm sido utilizados pelos críticos da direção de Assunção Cristas, que apontam responsabilidades à líder pela diluição da identidade do CDS e um excesso de pragmatismo.

Este documento surge também como um meio de reflexão para o papel que o CDS-PP pode assumir. “Na Europa vemos que uns partidos desaparecem e outros emergem; nada é eterno e Portugal não é imune a isto. O CDS é fundamental e não faz sentido que seja substituído por outros partidos, antigos ou novos”, declarou o eurodeputado.

Os subscritores querem, assim, assumir a matriz conservadora do CDS. Se para isso precisarão de um candidato próprio, só o tempo o dirá.

ZAP //

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