As 39 pessoas encontradas sem vida no interior de uma câmara frigorífica que seguia atrelada a um camião em Essex, no Reino Unido, estiveram pelo menos durante 10 horas sob temperaturas de -25ºC.
A notícia é avançada esta sexta-feira pelo jornal britânico The Guardian, que dá conta que as vítimas – oito mulheres e 31 homens de nacionalidade chinesa – estiveram debaixo destas condições ainda antes de chegarem à fronteira com a Bélgica.
Autoridades belgas ouvidas pelo diário adiantaram que as 39 pessoas já estariam no interior do camião antes de terem entrado no porto de Zeebrugge, na terça-feira à tarde.
O chefe executivo do porto de Zeebrugge, Joachim Coens, afirmou que as vítimas não podem ter entrado no camião na Bélgica, uma vez que “os contentores frigoríficos na zona portuária estão completamente selados”. Por isso, continuou, o mais provável é que tenham chegado ao porto, por volta das 14h30, já dentro do veículo.
“Durante a verificação, a selagem é examinada, assim como a matrícula do veículo. O condutor é verificado pelas câmaras”, explicou Coens, citado pelo jornal.
Também o Presidente da Câmara de Bruges, Dirk de Fauw, acredita que as vítimas tenham chegado ao país já dentro do veículo. “A probabilidade de partir a selagem, colocar 39 pessoas a bordo e aplicar uma nova selagem sem que ninguém notasse é extremamente baixa”, disse, em entrevista à cadeia televisiva VRT.
De acordo com o britânico The Mirror, as 39 vítimas mortais, que procuravam melhores condições de vida, terão pago 30 mil libras cada (cerca de 34 mil euros) a uma rede de tráfico humano pela viagem que os levaria ao Reino Unido.
Entretanto, as autoridades de Essex, citadas pela agência Reuters, anunciaram a detenção de mais duas pessoas. Uma mulher e um homem, ambos com 38 anos, foram detidos esta sexta-feira em Warrington, no norte de Inglaterra.
O condutor do camião, um homem de 25 anos natural da Irlanda do Norte, já tinha sido detido sob suspeita de homicídio, na passada quarta-feira.
O alerta sobre o camião foi dado durante a madrugada desta quarta-feira por paramédicos que chamaram a Polícia de Essex ao local. Entre as vítimas mortais, encontradas no Waterglade Industrial Park, em Grays, no Reino Unido, foram encontrados os corpos de 38 adultos e um adolescente.
Reino Unido e outros países devem assumir responsabilidade
Reino Unido e outros países europeus devem assumir alguma responsabilidade pela morte destas 39 pessoas, sugere um editorial publicado esta sexta-feira pelo jornal chinês Global Times e citado pelo semanário Expresso.
“Um desastre humanitário tão sério ocorreu sob os olhos de britânicos e europeus. Fica claro que o Reino Unido e países europeus relevantes não cumpriram a sua responsabilidade de proteger estas pessoas de uma mortes destas”, sublinha o diário, controlado pelo Diário do Povo, o jornal oficial do Partido Comunista da China.
“Esperamos que o Reino Unido e os países europeus ponham em prática os seus vários compromissos com os direitos humanos e façam os devidos esforços para que os chineses estejam livres de abusos e morte súbita”, pode ler-se.
“Imagine-se o quão cuidadosamente os países europeus tomariam medidas se dezenas de europeus morressem desta forma trágica”, acrescenta.
E porque será que é com os chineses ou outros habitantes de países com miseráveis condições de vida em ue isto acontece na Europa? Não estou a ver que o mesmo suceda a europeus. Este partido comunista chinês é parvo ou come me*** de mocho…
Quem é a china para falar em direitos humanos?
Se há alguma lição a tirar desta história, é não se envolverem com redes de tráfico humano. Há muitos que morrem a tentar atravessar o mar mediterrâneo, muitos mais do que os que morreram neste incidente. É uma triste realidade.