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Bancos querem passar a cobrar por grandes depósitos. Particulares escapam

Mário Cruz / Lusa

BCP, Novo Banco e Caixa Geral de Depósitos defendem que é preciso cobrar aos grandes clientes por depósitos de grande dimensão. Particulares e pequenas e médias empresas escapariam desta medida.

A ideia foi lançada pelo líder do Comercial Português, tendo o Novo Banco e o banco público concordado com a ideia. Este não é um tema novo, tal como frisa o semanário Expresso, mas tem conquistado relevância devido aos juros negativos.

Durante a conferência Banca do Futuro, organizada pelo Jornal de Negócios em Lisboa, Miguel Maya, presidente do BCP, assegurou que “não passa pela cabeça do Millennium BCP cobrar pelos depósitos de [clientes] particulares e pequenas empresas”.

Contudo, a situação muda quando estão em causa grandes clientes estrangeiros: segundo Maya, não faz sentido ter “centenas de milhões” de euros depositados no banco por grandes clientes institucionais estrangeiros, com quem o banco não tem qualquer outra relação comercial, diz, citado pelo mesmo jornal.

Em Portugal, recorde-se, a legislação não permite que os bancos cobrem por depósitos de clientes. Por isso, alguns clientes estrangeiros optam por depositar o dinheiro em instituições bancárias portuguesas porque nos seus países de origem os depósitos são cobrados. No entender de Maya, este é mais um exemplo de como os bancos portugueses não competem em pé de igualdade com os seus pares europeus.

Também o presidente da Caixa Geral de Depósitos (CGD), Paulo Macedo, considerou que face à circulação do dinheiro na Europa “deveria haver legislação idêntica“. Pelo Novo Banco, António Ramalho, defendeu um “sistema idêntico ao nível de toda a Europa”.

No que respeita aos particulares e pequenas e médias empresas, os líderes consideram que os depósitos não devem ser taxados. A legislação defendida seria apenas aplicável a grandes clientes e multinacionais.

ZAP //

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