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Costa chama partidos de esquerda para reuniões na quarta-feira

Paulo Novais / Lusa

O secretário-geral do PS, partido que venceu as eleições de domingo com 36,65% dos votos, espera ser indigitado pelo Presidente da República já esta terça-feira, tendo marcado para o dia seguinte reuniões com os partidos de esquerda.

O primeiro-ministro, António Costa, já convocou os líderes dos partidos de esquerda com assento parlamentar para reuniões esta quarta-feira, dia em que já espera ter sido indigitado pelo Presidente da República, avança o Observador.

Hoje, das 11h30 às 20h00, Marcelo Rebelo de Sousa vai fazer uma verdadeira maratona para ouvir os dez partidos com representação parlamentar, tendo em vista a indigitação do primeiro-ministro.

Espero ainda amanhã [esta terça-feira], se for possível, em termos de tempo, depois receber em Belém o primeiro-ministro que vier a resultar em termos de indigitação da audição dos partidos”, declarou ontem o chefe de Estado aos jornalistas.

Segundo o chefe de Estado, existe “uma razão de urgência”, que é a realização de “um Conselho Europeu muito importante para discutir o Brexit“, na próxima semana, nos dias 17 e 18 de outubro.

“Conviria que o primeiro-ministro indigitado ouvisse os partidos numa composição diferente do Parlamento, portanto, já deste Parlamento acabado de eleger, sobre os temas europeus, antes da tomada de posição no Conselho Europeu“, considerou.

De acordo com o jornal online, a delegação do PS para as reuniões de amanhã já está definida, contando com António Costa, Carlos César, Ana Catarina Mendes e Duarte Cordeiro.

Costa vai enfrentar estas reuniões de uma forma diferente daquela em que estava há quatro anos. Desta vez, se tudo correr como planeado, chega a esses encontros já como primeiro-ministro, numa posição negocial reforçada.

O Observador escreve que o Bloco de Esquerda também já escolheu a sua delegação, levando para a mesa de negociações a mesma equipa que negociou as bases de entendimento da geringonça, ou seja, Catarina Martins, Pedro Filipe Soares, Mariana Mortágua e Jorge Costa.

Segundo o mesmo jornal, as “linhas vermelhas” para alcançar um acordo serão mudanças na legislação laboral, tornar o Serviço Nacional de Saúde totalmente público, renacionalizar os CTT e reforçar o investimento público.

No caso do Partido Comunista, o Comité Central reúne-se na manhã desta terça-feira. No domingo das eleições, na reação ao resultado do partido, Jerónimo de Sousa afirmou que o PCP não quer um acordo por escrito como o de 2015.

Nas eleições Legislativas de domingo, com base nos resultados do território nacional, faltando ainda apurar os votos e atribuir os quatro mandatos da emigração, o PS foi o partido mais votado, com 36,65% dos votos e elegeu 106 deputados, seguindo-se o PSD, com 27,90% e 77 eleitos, e o BE, com 9,67% e 19 deputados.

A CDU foi a quarta força mais votada, com 6,46%, elegendo 12 deputados, 10 do PCP e dois do PEV. O CDS-PP obteve 4,25% e elegeu cinco deputados, mais um do que o PAN, que recolheu 3,28% dos votos.

Chega, Iniciativa Liberal e Livre conseguiram, pela primeira vez, um deputado cada um, com votações entre os 1,30% e os 1,09%.

ZAP // Lusa

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